maio 12, 2015

"Bicho de Sete Cabeças", de Laís Bodansky (POR UMA REFORMA PSIQUIÁTRICA ANTIMANICOMIAL)

PICICA: Bicho de Sete Cabeças é um filme de drama brasileiro de 2001 dirigido por Laís Bodanzky e com roteiro de Luiz Bolognesi baseado no livro autobiográfico de Austregésilo Carrano Bueno, Canto dos Malditos. O filme foi realizado com a parceria entre as produtoras brasileiras Buriti Filmes, Dezenove Som e Imagens Produções Ltda. e Gullane Filmes com a participação da brasileira Rio Filme Distribuidora e da italiana Fabrica Cinema, e teve grandes nomes no elenco como Rodrigo Santoro, Othon Bastos e Cássia Kiss.
O filme conta a história de Neto, um jovem que é internado em um hospital psiquiátrico, após seu pai descobrir um cigarro de maconha em seu casaco. Lá, Neto é submetido a situações abusivas. O filme além de abordar a questão dos abusos feitos pelos hospitais psiquiátricos, também aborda a questão das drogas e a relação entre pai e filho.
EM TEMPO: Vários municípios brasileiros administrados por partidos de bandeira vermelha implantaram políticas públicas antimanicomiais, com grande repercussão na vida dos usuários dos serviços e seus familiares. Com a derrota desses partidos nas últimas eleições, uma onda conservadora ameaça as conquistas da cultura antimanicomial das últimas décadas. Em nível federal, apesar da resistência dos reformistas, a política de drogas foi objeto de um acordo político desastrado, contrário às decisões da IV Conferência Nacional de Saúde Mental. Vivemos um momento crucial: se por um lado a intelligentzia antimanicomial, em sua jornada para continuar desenvolvendo e estimulando a cultura por uma sociedade sem manicômio, está de olho no processo de subjetivação, pelo qual uns e outros estabelecem relações de cooperação ou troca; por outro lado,  a comunidade antimanicomial, na sua dimensão de constitutiva da produção do sujeito, tem pela frente o desafio de como manter esse processo em sua dimensão de resistência na luta por uma sociedade sem manicômios. Ceder às tentações da reificação ou às seduções do poder é capturar e imobilizar a cultura antimanicomial. Experimentar novas estratégias de resistência é potencializar a dissimetria com o poder, de modo a criar novas relações de poder. Eis a questão da resistência: afirmar sua criatividade para potencializar a diferença criativa.


Bicho de Sete Cabeças

ClubMasterFilms

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