PICICA: "A
entrega do VII Prêmio Carrano de Luta
Antimanicomial e Direitos Humanos será realizada no dia 16 de maio, sábado, a partir das 17h, no auditório
da Biblioteca Publica Alceu Amoroso
Lima, em Pinheiros – SP. O evento integra a semana do Dia Nacional da Luta Antimanicomial
(18/05). Além da entrega do Prêmio, numa parceria com o Cine Querosene, haverá uma exibição de
um documentário sobre o tema e contaremos com a participação de artistas,
músicos e convidados a apresentação fica por conta do palhaço e músico Clerouak. Mais
informações abaixo."
Gato
Seco – Nos Telhados da Loucura & Biblioteca Pública Alceu Amoroso
Lima
Convidam
para a entrega do
VII
Prêmio “CARRANO” de Luta Antimanicomial e Direitos
Humanos
Imagem
do Prêmio
A
entrega do VII Prêmio Carrano de Luta
Antimanicomial e Direitos Humanos será realizada no dia 16 de maio, sábado, a partir das 17h, no auditório
da Biblioteca Publica Alceu Amoroso
Lima, em Pinheiros – SP. O evento integra a semana do Dia Nacional da Luta Antimanicomial
(18/05). Além da entrega do Prêmio, numa parceria com o Cine Querosene, haverá uma exibição de
um documentário sobre o tema e contaremos com a participação de artistas,
músicos e convidados a apresentação fica por conta do palhaço e músico Clerouak. Mais
informações abaixo.
Os
convidados para receber o prêmio este ano de 2014 são:
1.
Beatriz Abramides
(Professora
da PUC-SP – a confirmar)
2.
Casa Rodante
– (Intervenções
urbanas no território da Luz)
3.
Coletivos
em prol da Saúde Mental de São Paulo
4.
Davi Martim
(Líder
da nação Guarani M'bya da Aldeia do Jaraguá)
5.
Lucio Costa (Psicólogo
e militante da Luta Antimanicomial do FLAMAS-Sorocaba)
6.
O Samba
Pede Passagem (Programa
apresentado por Moisés da Rocha)
8.
Tatiana Bichara
(Militante
Antimanicomial, Coreógrafa e professora de dança).
(Informações
sobre os convidados abaixo)
Para
completar o número 13, (relevante para o coletivo), faremos menção a 5 (cinco)
nomes de importância na Luta Antimanicomial e Direitos Humanos entre eles, Chico Mendes, Nize da Silveira, Carlos Marighela, Frei Tito e ao casal de ambientalistas e extrativistas
José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva,
mortos no dia 24 de maio de 2011 em
Nova Ipixuna, no interior do Pará, em uma emboscada, por dois pistoleiros,
dentro do assentamento onde viviam, o Agroextrativsta Praialta Piranheira. Numa
parceria com o Cine Querosene, antes
da entrega do Prêmio, às 17h, haverá exibição de um documentário sobre a Luta
Antimanicomial, a partir das 19h, nos intervalos da a entrega do prêmio, haverá
leituras, performances e apresentações musicais com a participação de artistas
convidados e pintura de tela ao vivo com o artista plástico D’Ollynda, o mestre de cerimônia será o
palhaço e músico Clerouak. Estarão
disponíveis os dois últimos livros publicados por Carrano em parceria com o selo
O Autor na Praça com textos de
teatro: “Canto dos Malditos” e “O Sapatão e a Travesti”. Veja mais informações
abaixo.
Serviço:
VII
Prêmio Carrano de Luta Antimanicomial e Direitos
Humanos
Dia
16 de maio de 2015, sábado, a partir das 17h – Entrada Franca. Local: Auditório
da Biblioteca Pública Alceu Amoroso Lima. Av. Henrique Schaumann, 777 (Esq. Rua
Cardeal Arcoverde) - Pinheiros – SP – Tel. 3082 5023. Realização: Coletivo Gato Seco – Nos telhados da Loucura.
Informações: Edson Lima – 3739 0208 / 95030 5577 / Adriano Mogli - 99632
4748. Apoio e parcerias: CRP-SP - Conselho Regional de Psicologia de São
Paulo, SMDHC _ Secretaria
Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, O Autor na Praça, Movimento Trokaoslixo, Mutirão Cultural da Quebrada, Fórum Paulista de Luta Antimanicomial,
Grupo Tortura Nunca Mais, AEUSP – Associação dos Educadores da
USP, O Cantinho Português, Max Design, Prefeitura do Município de São Paulo /
Departamento de Bibliotecas e outras entidades e instituições ligadas a
Luta.
Já
receberam o Prêmio Carrano em anos
anteriores: Adriano Diogo; Agência Popular Solano Trindade; Allan da Rosa; Ana Elisa Siqueira; Antônio Lancetti;
Ariel de Castro
Alves;
Associação Capão Cidadão; Associação Quintal Cultural; Cacá Pinheiro; Carlos
Costa (Carlão
da Banda Redonda); Carlos Eduardo
Ferreira (Maicon); Carlos
Giannazi; Casa do Saci; Centro Santo Dias de Direitos
Humanos; Centro de
Convivência é de Lei; Cia
de Artes Balú; CRP-SP; Clara Charf; Comitê
contra o Genocídio da Juventude Pobre, negra e periférica; Daniela Skromov;
Claudia
Valéria Ribeiro; Daniela Arbex; Dom
Paulo Evaristo Arns; Dom Pedro Cassaldáliga; Eduardo
Suplicy; Gegê
(MTST); Geraldo Peixoto; Givanildo
Manoel da Silva “Giva”; Grife Dasdoida; Grupo Tortura Nunca Mais; Ilú Oba de
Min; Instituto Vladimir Herzog; José Ibrahin; José Roberto
Aguilar; Laís Bodanzky;
Leci
Brandão; Luciano Santos; Mães de Maio; Magrão (Amigo de
Carrano); Marcos Abranches; Marcos Garcia; Maria Amélia Teles
“Amélinha”; Maria Rita Khel; Marilia
Capponi; Multirão Cultural da Quebrada; Operação Braços Abertos; Paulo
Amarante;
Paulo César
Sampaio; Raquel Trindade; Rede Social de Justiça e Direitos
Humanos; Reinaldo Luz; Revista
Ocas; Sebastião Nicomedes; Sonia
Rainho; Tia Dag (Casa do Zezinho); Tico (Escritor); Toninho
Rodrigues; Xico Sá e
Z’África
Brasil.
Histórico
do Prêmio - 18
de maio é o dia Nacional da Luta Antimanicomial e no dia 27 de maio completam-se
sete anos que um dos maiores militantes desta Luta nos deixou, em 2008:
Austregésilo Carrano Bueno, dramaturgo e escritor, que se empenhou até o fim de
sua vida pelo fim dos manicômios no Brasil. Carrano – como Nise de Silveira - se
destacou na Luta Antimanicomial. Eleito representante dos usuários em congresso
na cidade de Xerém-RJ, atuou muitos anos na Comissão Nacional de Reforma
Psiquiátrica do Ministério da Saúde, chegando a receber, em 2003, uma homenagem
das mãos do presidente da república Luís Inácio Lula da Silva, por seu total
envolvimento na Reforma Psiquiátrica. Além das torturas e sessões de
eletrochoques sofridas nos tempos em que foi isolado do convívio social e
confinado “em chiqueiros psiquiátricos”, como dizia, Carrano sofreu vários
processos judiciais por sua militância, principalmente por parte dos familiares
dos médicos responsáveis pelos “tratamentos” recebidos nas passagens pelos
manicômios onde esteve internado, por quase três anos. Após o confinamento
escreveu o seu drama no livro “Canto dos Malditos” que originou o filme “Bicho de
sete cabeças”, de 2001, primeiro longa-metragem dirigido por Lais Bodanzky,
que revelou o jovem ator Rodrigo Santoro e se tornou o filme mais premiado do
cinema brasileiro. A repercussão da obra no cinema e o livro intensificaram uma
revolucionária mudança na Reforma Psiquiátrica no Brasil. Carrano nunca desistiu
de seus ideais e sonhos por uma sociedade mais humana que trata a todos sem
diferenças, continuou militando até seus últimos dias no Movimento da Luta
antimanicomial, mesmo com a saúde debilitada e condições financeiras precárias -
morreu condenado a pagar 60 mil reais para os médicos do qual foi “cobaia
humana”, recebendo 21 eletrochoques e outras violências - sobre isso ele falava:
"Estou condenado a indenizar as famílias dos torturadores dos quais fui vítima",
mesmo nessas condições, no dia 18 de maio de 2008, participou do Dia Nacional de
Luta Antimanicomial, Belo Horizonte, vindo a falecer nove dias
depois.
O
Prêmio é uma ação para que a sua voz não se cale e seu nome continue vivo não só
no Movimento de Luta Antimanicomial, como nos direitos da humanidade em geral,
criado em 2009, o Prêmio CARRANO de Luta
Antimanicomial e Direitos Humanos tem como objetivo dar continuidade a sua
luta por uma mudança nas condições de tratamento de pessoas em sofrimento
mental, fazendo valer a Lei nº 10.216/2001 da reforma Psiquiátrica no Brasil, da
qual Carrano foi um dos maiores defensores e crítico. O troféu é entregue
anualmente a 13 pessoas e instituições, que com sua arte e atitudes contribuem
com os dois temas, denunciando, atuando com sua arte e manifestando sua
indignação contra quaisquer violações dos Direitos Humanos, especialmente no que
se refere às pessoas nas condições de sofrimento mental. Em 2009 foi criado o
coletivo Gato Seco – Nos telhados da
Loucura, que tem o papel da organização do Prêmio. O coletivo é formado por
Edson Lima, coordenador do projeto O Autor na Praça, Erton Moraes escritor,
compositor e músico do Movimento TrokaosLixo, Lobão, poeta, escritor, integrante
do Movimento 1daSul e Sarau do Cooperifa,
grande amigo de Carrano, a produtora cultural Nádila Paiva, o educador e
coordenador da AEUSP, Adriano “Mogli” Vieira, a escritora e produtora Paloma
Kliss do projeto Literatura Nômade, a psicóloga e militante do Movimento
Nacional de Luta Antimanicomial Patrícia Villas-Bôas Valero, a poeta Tula Pilar,
o músico e compositor Léo Dumont e
outros amigos de Carrano. Trata-se de um grupo aberto a pessoas e
instituições interessadas em participar e colaborar com esta
iniciativa.
Veja
um depoimento no plenário do Senado, pelo Senador Eduardo Suplicy no ano em que recebeu o
prêmio: http://www.youtube.com/watch? v=XafXh0_Idlg.
Sobre
os convidados:
Bia
Abramides – Maria Beatriz Costa Abramides – É
Assistente Social aposentada. Trabalhou muitos anos com habitação popular.
Professora do Programa de Pós Graduação em Serviço Social da PUC-SP;
Coordenadora do NEAM - Núcleo de Estudos e Pesquisas em Serviço Social da Pós
graduação; Orientadora de mestrandas (os) e doutorandas (os)Coordenadora do GTP
- Grupo de Trabalho e Pesquisa sobre Movimentos Sociais e Serviço Social da
ABEPSS -Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social; Membro do
GTP - Marxismo 21; Diretora da APROPUC - Associação dos Professores da PUC-SP.
Integrante da Rede de Proteção aos Militantes Ameaçados de Morte. Integra o
Comitê contra a Criminalização dos Movimentos Sociais. Editora geral da Revista
PUC Viva. Membro do conselho editorial do Jornal PUC-Viva. Autora de diversos
artigos; Conselho editorial das revistas "Em Pauta", "Cultura Crítica”, "Novos
Temas", "Libertas", "Ser Social", Co-autora do livro "O novo sindicalismo e
o Serviço Social", Cortez Editora, 1995; Co-organizadora do livro
"Movimentos Sociais e Serviço social: uma relação necessária, Cortez
Editora, 2014. Em
2013 sofreu um processo administrativo, por parte da PUC-SP, com acusações,
dentre outras, de “desrespeitar os superiores hierárquicos” e de “contribuir ou
influir para de indisciplina dos estudantes”. O processo é em represália a sua
participação em manifestação conjunta com os estudantes no CONSUN (Conselho
Universitário da PUC) em 27 de fevereiro de 2013.
Casa
Rodante - A
Casa Rodante é um carro ateliê que promove intervenções urbanas no território da
Luz / "De Braços Abertos" Parceria: SMDHC / Julio Dojcsar (casadalapa). Trata-se
de uma casa-carro projetada por artistas da Casadalapa e convidados para atuarem
nas ruas do bairro da Luz. O grupo circula pelas ruas do bairro, estaciona em
determinados lugares, instala mesas e desenvolve atividades as mais variadas com
moradores (jovens, adultos e idosos, usuários de crack). Saiba mais: https://www.facebook.com/ rodante.luz.
Coletivos
em prol da Saúde Mental de São Paulo - É
formado por trabalhadores do campo da Saúde Mental, do SUS e militantes da
Reforma Psiquiátrica. Tem como objetivo estabelecer um espaço dialógico
colaborativo entre gestão, trabalhadores e população para a organização de uma
rede de atenção psicossocial viva, horizontal, inclusiva e de qualidade!
Formou-se em janeiro de 2014, com a proposta de debater e compreender como
a atual gestão municipal planeja as ações para implantação na cidade de São
Paulo do Plano Municipal da Rede de Atenção Psicossocial - RAPS/SP. Realizou
neste período dez encontros e várias intervenções para influir na política
pública de atenção em saúde mental no município, mobilizando e agregando trabalhadores e territórios na defesa do
direito ã atenção em saúde mental pública e de
qualidade.
David
Martim –
Líder indígena Guarani Mbya da aldeia Tekoa Itakupe (Sol Nascente), que vivem na
Terra Indígena do Jaraguá (norte da capital paulista), estão sofrendo um
processo de reintegração de posse de suas terras a favor do ex-pefeito de São
Bernardo do Campo Tito Costa. A regularização fundiária da TI Jaraguá estende-se
por mais de dez anos. Parte da área foi demarcada ainda nos anos 1980, antes da
promulgação da Constituição Federal de 1988. No entanto, a área delimitada no
documento, 1,7 hectares – a menor do Brasil -, é insuficiente para as mais de
500 pessoas que moram ali. Em 2013, graças à pressão das lutas indígenas pela
revisão do território, a Funai aprovou os resultados dos estudos técnicos que
reconhecem 532 hectares como limites da TI, incluindo a aldeia Tekoa Itakupe. A
iminência da nova reintegração de posse assusta a comunidade indígena, que busca
divulgar a luta para que seus direitos sejam assegurados. “Viver na aldeia é
onde a gente vive a nossa cultura indígena, onde passamos o nosso conhecimento
pras nossas crianças. Temos que lutar pela demarcação, para que as autoridades
apressem esse processo. Tem pessoas que dizem serem donos da nossa terra e
querem tomá-la, isso não pode acontecer”, denunciou Ari Karai, cacique da aldeia
Tekoa Itakupe (Sol Nascente). David Martim reitera a gravidade da situação:“Nós
não sabemos como vamos viver daqui pra frente”. Fonte: Socio
Ambiental.
Lucio
Costa - É
formado em psicologia e tem mestrado em Educação pela Universidade Federal de
São Carlos. É militante da luta antimanicomial e participou da fundação, em
2009, do Fórum da Luta Antimanicomial de Sorocaba (FLAMAS). Atuou na articulação
para o desmonte dos manicômios na região de Sorocaba, maior polo manicomial do
Brasil, sofrendo perseguições e diversas formas de retaliação por grupos da
anti-reforma – incluindo um processo civil movido contra ele e o professor
Marcos Garcia por parte dos donos de seis dos sete hospitais psiquiátricos
existentes na região. Em razão das denúncias feitas pelo FLAMAS acerca das
graves violações de direitos humanos que ocorriam em manicômios de Sorocaba, em
2011, representando o FLAMAS, recebeu a maior condecoração feita pelo Estado
brasileiro aos defensores de direitos humanos: o Prêmio Nacional de Direitos
Humanos (categoria Enfrentamento e Combate à Tortura). Essa foi a primeira vez
que um movimento da luta antimanicomial recebeu a congratulação concedida pela
Presidência da República, Dilma Rousseff. Em 2013, trabalhou na Coordenação
Nacional de Saúde Prisional do Ministério da Saúde, contribuindo na formulação
da Portaria 94/2014, que prevê a construção de equipes multiprofissionais com a
finalidade de promover a reinserção social de pessoas com transtorno mental em
conflito com a lei. Ainda em 2013, passou a integrar a equipe da Coordenação
Geral de Direitos Humanos e Saúde Mental da Secretaria de Direitos Humanos da
Presidência da República, órgão em que permanece na função de coordenador geral.
Em 2014, contribui com a formulação do Observatório Nacional de Saúde Mental e
Justiça Criminal, coordenado pela Universidade Federal Fluminense. Atualmente, representando a Secretaria de
Direitos Humanos da Presidência da República, é Conselheiro do Conselho Nacional
de Política sobre Drogas (CONAD). Mais sobre ele: https://www.facebook.com/ lucio.costa.50.
O
Samba Pede Passagem – Moisés da Rocha -
Programa dedicado à preservação das raízes culturais afro-brasileiras. Com a
apresentação de Moisés da Rocha, O Samba
pede passagem completou 37 anos no ar, apresentado aos sábados e domingos no
horário das 12 às 14h, na Rádio USP FM. Alem de radialista Moisés é um dos
maiores pesquisadores samba, da MPB, também foi coordenador do carnaval da
cidade de São Paulo pela SPTuris. A história da veiculação do Samba nas
emissoras de rádio paulista, nos últimos 37 anos, não pode ser contada sem o
reconhecimento do pioneirismo do radialista e pesquisador da MPB MOISÉS DA
ROCHA, e de seu programa “O SAMBA PEDE PASSAGEM”, marco da popularização do
samba nas emissoras de rádio, levado ao ar pela Rádio da Universidade de São
Paulo, a Rádio USP FM – 93,7 MHZ. Premiado pela APCA – Associação Paulista de
Críticos de Arte, o SAMBA PEDE PASSAGEM é um programa dedicado à preservação das
raízes culturais afro-brasileiras, evocando personagens e criações musicais, e à
divulgação de todos os talentos contemporâneos, reconhecidos ou não pela mídia
em geral. O SAMBA PEDE PASSAGEM já foi transmitido por outras emissoras da
capital paulista, Rio de Janeiro e outras cidades do interior. O respeito que
MOISÉS DA ROCHA conseguiu entre músicos, compositores e intérpretes sempre
garantiu a presença em seus programas de artistas consagrados e de novos
talentos da MPB. Paralelamente, O SAMBA PEDE PASSAGEM transformou-se em marca
popular no mundo do Samba, promovendo shows, feijoadas e outros eventos em
várias cidades brasileiras. Fonte: http://osambapedepassagem.zip. net.
Projeto
Poesia é da Hora – Marah Mends - O
projeto Poesia é da hora coordenado pela escritora e ativista cultural Marah
Mends, iniciou-se no ano de 2012 e ainda resiste, firme e forte! O projeto
baseia-se na produção de saraus mensais, oficinas literárias e produção de
livretos artesanais dentro de tendas de convivência para moradores em situação
de rua da capital paulista, Tenda Barra Funda e Tenda Alcântara Machado (debaixo
do Viaduto Alcântara). Juntamente com seus parceiros do coletivo, Henrique José
como técnico de som e Nicanor Jacinto na filmagem, Marah Mends tenta contribuir
socialmente com arte para um público que por vezes, foi esquecido pelo resto da
sociedade ou simplesmente ignorado pelo poder público. Contato: Marah Mends - poesiaedahora@gmail.com
- Vivo/whatsapp 55 11 9 7121 3403 - http://poesiaedahoramano. blogspot.com
Tatiana
Bichara - É,
psicóloga formada pela PUC-SP em 1998, tornou-se Mestre em Psicologia Social
pela PUC-SP, em 2003, e Doutora em Psicologia Social pelo Instituto de
Psicologia da USP, em 2014. Atuante do Movimento de Luta Antimanicomial em suas
labutas diárias, iniciou sua trajetória no campo da saúde mental em 1997,
quando, ainda estudante da graduação, entrou para compor a equipe de
profissionais do Coral Cênico Cidadãos Cantantes e de onde desdobrou a Oficina
de Dança e Expressão Corporal, projeto que coordena há 13 anos. Atuou em
diferentes projetos sociais não-governamentais e como docente da Faculdade de
Psicologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e dos Cursos de Psicologia
da UNIP/Jundiaí e da UNINOVE. Atua, hoje, como docente do Programa Rede Sampa da
Escola Municipal de Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo
(EMS/SMS-SP) na área de Rede de Atenção Psicossocial e integra o Grupo de
Trabalho para a formulação de uma Política Pública Municipal na Interface Saúde
e Cultura desde 2014. Após doze anos de experiência junto à Oficina de Dança e
Expressão Corporal, em maio de 2014, defendeu a tese de doutorado no Instituto
de Psicologia da USP, intitulada: “Dança para Todos: cartografias de
experiências artísticas da Oficina de Dança e Expressão Corporal como
lugar-ponte”, sob a orientação da Prof. Dra. Ianni Scarcelli, também ativista do
MLA, na perspectiva de compreender o que a Oficina de Dança produz nos sujeitos
que dela participam e na cidade, assim como de sistematizar esta prática em
andamento, para que as pessoas, de um modo geral, tenham acesso aos modos e às
reflexões construídas sobre um trabalho que busca preservar, de forma viva, os
princípios do MLA, que, de acordo com Paulo Amarante, o objetivo da Luta
Antimanicomial da qual falamos tem um propósito maior do que somente “a
humanização das relações entre os sujeitos, a sociedade e as instituições.” Mas,
sim, o de “construir um outro lugar social para a loucura, para a diferença, a
diversidade, a divergência. [...] Nossos princípios vêm a ser: inclusão,
solidariedade, cidadania”. Para ele, esse lugar social é aquele que “não é o da
doença, da anormalidade, periculosidade, irresponsabilidade, insensatez,
incompetência, incapacidade, defeito, erro, ausência de obra”.
Pequena
biografia de AUSTREGÉSILO CARRANO BUENO -
Curitibano, escritor, ator, dramaturgo. Autor de dois livros editados: “Canto dos Malditos”, que originou o
filme “Bicho de Sete Cabeças” (veja
aqui o
trailler) e “Textos – Teatro – Seis peças
para Teatro”. O texto para teatro de sua autoria “SOS Mãe natureza”, premiado na ECO-92,
foi adaptado para livro infanto-juvenil, com titulo provisório: “SOS... Os Senhores Mesquinhos estão
devorando a Mãe Natureza” que não foi publicado ainda, embora Carrano tenha
batido a portas de algumas editoras. Em parceria com o selo O Autor na Praça,
publicou em 2007, dois livros de textos para Teatro: Canto
dos Malditos e
O
Sapatão e a Travesti, com
a renda da venda desses livros esperava publicar de forma independente uma nova
edição de “Cantos
dos Malditos” e
seu novo romance “Filhas da Noite”,
ainda não publicado. Durante quase 3 anos de internações Carrano
sobreviveu a 21 aplicações de Eletroconvulsoterapia; choques numa
voltagem de 180 a 460 volts aplicados nas temporas.
Carrano foi
Ativista do Movimento Nacional da Luta Antimanicomial, Membro da Comissão
Intersetorial de Saúde Mental do Ministério da Saúde, Representante dos Usuários
no Conselho Nacional de Reforma Psiquiátrica (Eleito no Encontro Nacional dos
Usuários e Familiares em Xerém, RJ), Defensor Ferrenho das Indenizações as
Vítimas do Holocausto Psiquiátrico Brasileiro, foi homenageado pelo Ministério
da Saúde em 2003. O trabalho de Carrano foi reconhecido nacional e
internacionalmente, envolvendo a questão da Reforma Psiquiátrica no Brasil. Como
ele exigia e defendia: “Temos que ter uma
nova visão e maneira de tratarmos, sem preconceitos, respeitando seus direitos
de cidadão, e aceitando o diferente que se encontra em sofrimento mental. Um
basta definitivo no confinamento, sedação e experiências com cobaias humanas.
Confinar não é tratar, é Torturar, portanto, são crimes psiquiátricos que devem
ser cobrado responsabilidades e serem pagas indenizações as
Vítimas”.
“(...)
Ainda espero ser indenizado pelas torturas psiquiátricas sofridas, pela minha
condenação aos preconceitos sociais, danos físicos, emocionais, morais, danos na
minha formação profissional, danos financeiros, destruição de minha
adolescência. E esses meus direitos de cidadão serão cobrado até o fim dos meus
dias. Se não conseguir em vida, algum dos meus filhos ficará com essa
incumbência. Justiça plena e total é o que exijo, e mesmo depois de morto
continuarei a exigir. Não só para mim, exijo essas indenizações para todas as
vítimas do holocausto da psiquiatria brasileira, não desistirei por nada nem que
leve o resto da minha vida” (Texto de
Carrano no posfácio da última edição do livro Canto dos
Malditos).
Vejam
depoimentos do Carrano: http://www.youtube.com/watch? v=bElqEmQhpBU
Neste
depoimento Carrano faz a leitura de seu poema “Sequelas... e... Sequelas” de
abertura do livro “Canto dos Malditos”, que originou o filme “Bicho de sete
cabeças” (o texto do poema está ao final deste release).
SINOPSE do livro Canto dos Malditos - História real
do período que o autor passou confinado por três anos e meio em instituições
psiquiátricas do Paraná e Rio de Janeiro, dos 17 até 21 anos. Sofrendo torturas,
e as mazelas de um sistema manicomial brasileiro arcaico, confinador,
estigmatizante, e que chamam de “tratamento psiquiátrico”. O livro foi escrito
não com a intenção de denegrir a imagem de médico psiquiatra algum, e sim é um
relato fiel a que são submetidos os pacientes psiquiátricos dentro dos
manicômios. O
livro “Canto dos Malditos” deu origem ao filme mais premiado da história da
cinematografia brasileira: “Bicho de Sete Cabeças”, dirigido por Laís Bodanzky,
recebeu 45 prêmios nacionais e 08 prêmios internacionais, ao todo são 53 prêmios
conquistados.
Homenageado
pelo Presidente da República Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, no
dia 28 de maio de 2003, pelo seu empenho na Reforma Psiquiátrica, que está sendo
construída em todo o Brasil; Porém, todo esse empenho e reconhecimento, têm-lhe
cobrado um grande preço, na sua terra natal. Em Curitiba, um Lobby de
Psiquiatras, contrários às ideologias de Carrano, e do Movimento Nacional da
Luta Antimanicomial, são eles, opositores ferrenhos a Reforma Psiquiátrica no
Brasil. Esses Empresários da Loucura, donos e associados dos hospitais
psiquiátricos, fizeram perseguições indecentes, constantes e aviltantes, lançou
a 1ª edição do livro em 1990, pela Scientia et Labor, Editora da Universidade
Federal do Paraná. Dias após o
lançamento, o livro foi retirado das livrarias a mando desse Lobby de
Psiquiatras. Só voltando a ser publicado em 1991, pela Editora Lemos, de São
Paulo, Carrano comprava a edição e a vendia em seminários, palestras, feiras
culturais, entre elas uma em um Shopping da cidade, por onde chegou as mãos da
diretora do filme Laís Bodanszky. Chegou a publicar e bancar sete edições do
livro sem ser vendido em livrarias.
Em 13
de maio de 1998, Carrano entrou com a “1ª Ação Indenizatória” por erro, tortura e crime psiquiátrico no
histórico forense brasileiro. Até sua morte em maio 2008, uma de suas
rotinas foi responder a processos jurídicos de todos os tipos, até um processo
que exige que ele se calasse, proibindo-o de falar de sua experiência dentro dos
chiqueiros psiquiátricos que foi torturado. As Perseguições judiciais que
recebia, eram repudiadas pela sociedade brasileira, causando indignação em ongs
nacionais e internacionais de Direitos Humanos. O livro “Canto dos Malditos” foi
cassado, retirado novamente das livrarias e proibido em todo o território
nacional, em abril de 2002. Da primeira Ação Indenizatória por erro, tortura e
crime psiquiátrico no Brasil, de vítima virou réu, em maio de 1999 foi condenado
a pagar R$ 60.000.00 aos donos dos “Chiqueiros Psiquiátricos” do qual foi
vítima. Entrou com recurso no Supremo Tribunal Federal em Brasília. Em novembro
de 2003 foi condenado novamente a pagar mais R$ 12.000.00 em vinte e quatro
horas, por citar os nomes dos hospícios e dos médicos na imprensa, por estas
citações chegou a receber ameaças de morte. Na sentença desse processo seu
direito de livre expressão foi cassado, foi proibido de falar o nome de seus
torturadores em público, com uma multa de R$ 50.000.00 a cada desobediência
jurídica. Julgado pelo Judiciário
Paranaense, de Vítima da Tortura Psiquiátrica se tornou Réu por denunciar,
exigir mudanças radicais, indenizações, cobrança de responsabilidades dos
profissionais dessa falsa psiquiatria que confina, droga e mata pessoas em suas
casas de extermínios, os “chiqueiros psiquiátricos” brasileiros. Pagou o preço
por enfrentar essa Máfia do Inconsciente, donos exclusivos e ditadores do “Saber
Psiquiátrico!”.
Tentaram
o calar a todo custo. Foi
sem dúvidas um artista, revolucionário, guerreiro da Luta Antimanicomial e dos
Direitos Humanos e um dos mais batalhadores por estas causa no Brasil.
Conseguiu, bancando sozinho o trabalho de seu advogado na liberação do seu livro
“Canto dos Malditos”, depois de dois anos e meio cassado e retirado de todas as
livrarias brasileiras, não contou com nenhum apoio da editora da época. “Canto
dos Malditos” foi dos poucos livros proibidos depois do fim da Ditadura
Militar. Voltou às livrarias em
setembro de 2004, com um posfácio mais picante, denunciando os crimes
psiquiátricos e também as fortunas psiquiátricas ilícitas. Cobrando, exigindo
“Indenizações” imediatas às Vítimas do Holocausto Psiquiátrico Brasileiro... “A
Luta pelos Direitos Sociais de nós ‘Vítimas Psiquiátricas’, está apenas
começando, agora que a cobra vai fumar!” dizia Carrano.
Sequelas... e ...
Sequelas
Seqüelas
não acabam com o tempo. Amenizam. Quando passam em minha mente as horas de
espera, sinceramente, tenho dó de mim. Nó na garganta, choro estagnado, revolta
acompanhada de longo suspiro.
Ainda
hoje, anos depois, a espera é por demais agonizantes. Horas, minutos, segundos
são eternidade martirizantes. Não começam hoje, adormeceram há muito tempo, a
muito custo... comigo. Esta espera, Oh Deus! É como nunca pagar o pecado
original. É ser condenado a morte várias vezes.
Quem
disse que só se morre uma vez?
Sentidos
se misturam, batidas cardíacas invadem a audição. Aspirada à respiração não é...
É introchada. Os nervos já não tremem... dão solavancos. A espera está acabando.
Ouço barulho de rodinhas. A todo custo, quero entrar na parede. Esconder-me,
fazer parte do cimento do quarto. Olhos na abertura da porta... rodam a
fechadura. Já não sei quem e o que sou. Acuado, tento fuga alucinante. Agarrado,
imobilizado... Escuto parte de meu gemido.
Quem
disse que só se morre uma vez?
(Austregésilo
Carrano Bueno – Poema das quatro horas de espera para ser eletrocutado –
aplicação da eletroconvulsoterapia). Veja o poema na voz de
Carrano:
Nenhum comentário:
Postar um comentário