Olá, pessoal! Estou coordenando em Juiz de Fora (MG) um projeto de ação cultural e memória, com duas professoras do Serviço Social que já vêm trabalhando com idosos há vários anos, a Josimara Delgado e Estela Saléh da Cunha. Elas têm um trabalho com o grupo Semente, no Dom Bosco, na linha sócio-educativa - discussão de temas de interesse geral e específico, mobilização, criação / consolidação de uma memória coletiva. O Semente é uma associação espírita assistencial que faz trabalhos no Dom Bosco há mais de 20 anos, tem uma infra-estrutura bastante boa - duas casas próprias, sala de informática, acesso à internet, mini-auditório, espaço para oficinas de artesanato, refeitório, salas de aula, e por aí vai.
Eu queria já há tempos fazer atividade de ação cultural - conceito que trago da ECA/USP, do pessoal como Teixeira Coelho, ex-diretor do MAC/USP, um de meus professores do distante mestrado (1985-1992). Ação cultural em contraposição a fabricação cultural. Teixeira Coelho (1997) define ação cultural como parte de uma política cultural, conjunto de intervenções realizadas pelo Estado, instituições públicas ou privadas, grupos comunitários ou ainda organizações não-governamentais com o objetivo de satisfazer "as necessidades culturais da população e promover o desenvolvimento de suas representações simbólicas" (TEIXEIRA COELHO, 1997, p. 293).
Pois bem: fizemos um projeto, em que a produção cultural se dará de maneira integrada com as ações sócio-educativas, e na perspectiva intergeracional: a partir das narrativas dos idosos, da discussão em torno de seu cotidiano, pretendemos produzir vídeos, mostras fotográficas, registrar documentos, dinamizar / criar um movimento cultural e tecnológico na perspectiva de uma memória coletiva do bairro e das pessoas que ali moram. Conseguimos apoio da Fapemig, para compra de duas mini-DVs, quatro câmeras fotográficas digitais, cinco computadores, e mais algum equipamento. Parte desse material ficará no grupo Semente, como parte da aprceia, parte ficará em local ainda a ser definido, na Facom ou no Serviço Social, vai depender muito de espaço para trabalhar.
Tudo isso é para dizer o seguinte: a Fapemig aprovou também uma bolsa de apoio técnico. São 1.070 reais, por dois anos. O/A bolsista precisa ser graduado. Mas há uma série de impedimentos: não pode trabalhar (pelo menos de maneira sistemática, pois precisa ter, de verdade, disponibilidade para uma flexibilidade de horários, para acompanhar as atividades que serão feitas no Semente e com outras instituições do bairro, desde captação de imagens, até promoção de mostras de vídeo, organizar e montar mostras de fotografia, realizar minicursos, bem simples, de gravação e edição de vídeo e fotos...). E nem pode, veja só, ser aluno de mestrado ou de especialização. A Cláudia Lahni já teve dificuldades no momento de selecionar quem ocuparia a bolsa do projeto que ela está coordenando, chegou a selecionar uma aluna do mestrado, depois teve que trocar, por causa dessas restrições.
Queria pedir uma ajuda na indicação de pessoas bacanas, legais mesmo, responsáveis e criativas, que pudessem participar da seleção para essa bolsa. Pensei na moçada que se formou há pouco tempo, que tope morar ou já mora em Juiz de Fora, e que faz algum trabalho esporádico na área de vídeo. Esporádico, pois essa pessoa terá de ir todo dia ao Semente ou à UFJF ou à Casa de Cultura, trabalhar comigo e com as professoras do Serviço Social. Perfil mais ou menos assim: alguém afinado com trabalho de cunho social, com população de bairros empobrecidos, com alguma experiência em produção e programas de edição de vídeo. Vamos receber os currículos até o dia 28 de novembro, fazer uma pré-seleção logo em seguida, e chamar para entrevista e eventualmente visita ao Semente parte dos candidatos.
Agradeço eventuais indicações, assim como discussões que possamos fazer a respeito do projeto.
O edital está em http://www.jfempauta.com/?page_id=5211, com detalhes sobre critérios, inscrição, prazos, etc.
Grande abraço, Bruno
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