fevereiro 21, 2009

"Deus é A Mulher - A feminilidade em Lacan"

Foto publicada em Doida Varrida
Núcleo Márcio Peter de Ensino - Curso 5 Online - Conexão Lacaniana

"Deus é A Mulher - A feminilidade em Lacan"


Início das aulas: 02/03/09 - Inscrições abertas

Lillith, para Adão. Salomé, para Herodes. Cleópatra, para Júlio e Marco. Madalena, para ao menos doze discípulos. Heloisa, para Abelardo. Ana para Henrique VIII. Joana para toda a França e Margot para os Bourbon, apenas. A índia Bartira para João Ramalho, Domitila de Castro para Pedro, Chica da Silva, a escrava Anastácia, a baiana Maria Quitéria, a professora paraybana Anayde, amante de João Dantas, o assassino de João Pessoa. Capitu, para os muitos Bentinhos que há. Antígonas, todas.

Posto que pensada como não-toda, a mulher permanece desconhecida quanto ao seu desejo e seus meios de gozo: O que quer a mulher? Teria perguntado Freud. Que na globalização a resposta fique reduzida a alguns objetos, temos aí o engodo do discurso do capitalista.

Lacan reafirma a benéfica dúvida de Freud quando assevera que a mulher nem mesmo pode ser definida pela biologia. Nasce-se macho ou fêmea, mas o sujeito torna-se masculino ou feminino através das identificações. Inscrever-se como homem ou mulher, no entanto, não é uma questão de identificação e sim de sexuação, de escolha de gozo, isto é, de como o sujeito se posiciona frente à castração.

Em infindáveis representações, possibilidades e re-criações acerca do feminino encontramos o tema para esse novo curso. Os textos de Márcio Peter, tanto quanto de outros muitos pensadores da cultura desde a psicanálise servirão de referentes para este percurso de estudo. Um estudo que, nascido nos primeiros olhares sobre a fertilidade e as antigas sociedades, aponta para as novas possibilidades de crítica da cultura, naquilo que o feminino também parece ofertar de oposição à pulsão de morte. Ainda que em suas muitas representações, a morte seja - mesmo Ela - um deus-mulher.

EQUIPE:
Coordenação: Márcio Peter de Souza Leite
Professores: Márcio Peter de Souza Leite, Ana Maria Ferraz da Silva, Carla Cristini Bonadio Audi, Clóvis Pereira, Maria de Fátima Galindo, Renata Reis Favaro e Rosana Meiches

PROGRAMAÇÃO:
* Apresentação e Introdução
(02/03/09 a 08/03/2009) - O analista como figura da cultura - Globalização e a sexualidade revisitada por Lacan - Do Deus de Schreber à Mulher (toda) - Poesia, Psicanálise e o Inconsciente lacaniano
* Módulo 1 (09/03 a 22/03/09) - Figuras de gênero, figuras de sexo
* Módulo 2 (23/03 a 05/04/09) - Figuras da teoria: pais freudianos, mulheres lacanianas - Sexualidade ou Sexuação
* Módulo 3 (06/04 a 19/04/09) - A Sexuação depende do falo, não da genética - Além do Outro: O Outro não Existe
* Módulo 4 (20/04 a 03/05/09) - Os paradoxos do gozo
* Módulo 5 (04/05 a 17/05/09) – “Não existe relação sexual” (as fórmulas quânticas da sexuação) - Distribuição sexual
* Módulo 6 (18/05 a 31/05/09) - Modelos teóricos: figuras da sexuação
* Módulo 7 (01/06 a 14/06/09) – Deus como figura da sexuação / O amor e o parceiro sintoma
* Encerramento e Avaliação final (15/06 a 28/06/09)

INVESTIMENTO:

4 parcelas de R$ 300,00 (boleto ou depósito bancário)

INSCRIÇÕES:
www.marciopeter.com.br/lojavirtual

INFORMAÇÕES:
info@marciopeter.com.br
F: (55) (11) 3051-3083 / 3051-3084
www.marciopeter.com.br

"E por que não interpretar uma face do Outro, a face Deus, como suportada pelo gozo feminino?" (Lacan, Sem. XX)

Lacan cria figuras para abordar o enigma da sexualidade e, conseqüentemente, refletir sobre os avanços da clínica onde essas figuras tomam sentido. O psicanalista é uma das figuras que, na civilização, recolhe os gritos de uma verdade não formalizada que se apresenta a ele como sintoma do sujeito.

Lacan revisita a sexualidade com o conceito de falo e inventa o termo "sexuação", que se separa do sexo biológico e do gênero, e significa que, para um sujeito, coloca-se a questão de saber como se significantiza o sexo biológico. A sexuação é definida em relação ao falo e não aos gametas.

Para falar da mulher, Lacan inventa ditos, tais como: "todas as mulheres são loucas", ou ainda, "a mulher só encontra o homem na psicose".

Lacan também usou da licença poética para inventar termos ou expressões que servem de complemento para um rigor teórico árido, caracterizado pela matematização, sendo que a abordagem da psicanálise pelo viés de figuras visa atingir o real que vai além do sentido, ao enlaçar aspectos do real que seriam inexprimíveis, a não ser poeticamente.

“Ela (a barra de negação) diz que não tem Outro que responderia como partenaire – sendo a necessidade toda da espécie humana que haja um Outro do Outro. É aquele ao que se chama geralmente Deus, mas cuja análise revela que é simplesmente A mulher”. (Lacan, Sem. XXII)
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