Nota do blog: Enquanto a população de Juruti, no Pará, se organiza e protesta contra a poluição ambiental provocada pela Alcoa (já devidamente instalada na região), em Manaus-AM são tímidas as manifestações contra a construção do Porto das Lajes no Encontro das Águas (rio Negro e rio Solimões). O impacto ambiental a ser provocado naquela área é objeto de preocupação do Ministério Público Estadual e Federal. Surpreendentemente, a comunidade científica não se manifesta. Omite-se num assunto que é da sua alçada: impactos ambientais e paisagísticos. Há exceções. A bióloga Elisa Wandelli e o antropólogo Ademir Ramos. Elisa, há muito, vem comendo o pão que o diabo amassou. Tornou-se um símbolo na luta em defesa do meio ambiente. De longe, é nossa mais querida e destacada ambientalista em ação. Até então, contava apenas com o apoio do Pe. Guillermo Coderna, do CDH (Centro de Direitos Humanos, da Igreja Católica). Ademir enfrenta corajosamente o comprometimento de um setor da Universidade Federal do Amazonas com o projeto do Porto das Lajes. Um veículo de comunicação tentou desqualificá-lo com críticas panfletárias. Recentemente foi alvo de ameaças anônimas. Frente a omissão habitual da província este blogueiro manifesta o orgulho de ser contemporâneo desses dois corajosos cientistas. Agora leia a nota publicada no blog do Jeso sobre a manifestação pública em Juruti, em 2007, e parte da matéria publicada no Brasil de Fato. A propósito, domingo, dia 15.02, a Associação Amigos de Manaus (AMANA), o Sindicato dos Jornalistas e a comunidade do Aleixo farão novo protesto contra o Porto das Lajes através da Caravana das Lajes (leia nas postagens deste blog).
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Mais de mil pessoas, a maioria jovens, participaram ontem do protesto contra a poluição de igarapés responsáveis pelo abastecimento de água da cidade de Juruti.
Manifestantes, vestidos de preto e empunhado faixas, percorreram ruas centrais da cidade, gritando palavras de ordem contra a Alcoa, multinacional que implementou um projeto de exploração de bauxita no município e é acusada de responsável pelo problema ambiental.
Fonte: Blog do Jeso
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Alcoa em Juruti: mais um crime contra a humanidade
por Michelle Amaral da Silva última modificação 12/02/2009 16:14
Colaboradores: Raimundo Gomes da Cruz Neto
Crime, por tratar-se de um ato digno de repreensão e castigo; ato considerado, de conseqüências funestas e desagradáveis
12/02/2009
Raimundo Gomes da Cruz Neto
Alcoa Inc., empresa norteamericana que atua no Brasil há mais de quarenta anos, com projetos de redução de alumínio em Poços de Caldas(MG) e São Luis(MA), com participação no consórcio para construção da barragem de Estreito, no rio Tocantins(MA/TO), e a partir do ano de 2003 está se instalando em Juruti (PA) para extração de bauxita, com possibilidade de implantação de usinas para produção de alumina e alumínio. Atua na transformação da bauxita em consórcio com a Alumar e BHP Billinton. É a segunda maior fábrica de metal primário da América Latina, com a produção anual de 440 mil toneladas de lingotes. No mundo opera com 228 empreendimentos em 32 países.
Juruti, município localizado no Oeste do Estado do Pará, na margem direita do rio Amazonas, na mesoregião do baixo amazonas e microregião de Óbidos, que até o ano de 2000 tinha uma população de 31 mil habitantes, sendo 60% na zona rural, hoje conta com uma população de quase 40 mil habitantes, sendo 5 mil envolvidos nas obras da Alcoa executadas por várias empreiteiras, na implantação de infra-estruturas. A cidade sede do município não conta com saneamento básico, o esgoto é a céu aberto, com precário fornecimento de água feito pela COSANPA, com elevado índice de acidentes de trânsito, prostituição, criminalidade e tráfico de drogas.
Crime, por tratar-se de um ato digno de repreensão e castigo; ato considerado, de conseqüências funestas e desagradáveis; o que a Alcoa está praticando com a implantação do seu projeto e vai praticar com a execução.
Humanidade, por considerar-se que a natureza humana será também diretamente afetada pelas conseqüências perversas que serão produzidas pelo projeto, não apenas de modo local, mas universal.
Leia o texto na íntegra em Brasil de Fato
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