fevereiro 07, 2009

Estações do Verde

Foto: Rogelio Casado - Floresta do Encontro das Águas - Manaus-Am, 07.02.2009
Nota do blog: A floresta que se vê acima foi recuperada e preservada por um grupo japones (Associação Brasil Soka Gakkai Internacional), através da criação do Centro de Projetos e Estudos Ambientais do Estado do Amazonas. Em dez anos um sítio degradado, com algumas áreas de mata primitiva, seria transformado num exemplo de educação ambiental. Em toda a orla do Rio Negro não há nada semelhante, para vergonha dos poderes públicos da região. Esse lugar paradisíaco fica em frente do Encontro das Águas, ao lado do lugar conhecido como Lajes, onde a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) pretende construir um porto para atender as demandas do Distrito Industrial, cujo entorno está poluído por metais pesados. Hoje à tarde visitei esse refúgio da inteligência nipo-brasileira na companhia de amigos, alguns deles filiados à Associação Amigos de Manaus (AMANA). Passeamos e tomamos banho na beira do rio, onde ainda existe uma nesga de praia. Estamos em pleno período de cheia do rio Amazonas, em que as chuvas são abundantes. Amanhã é de dia lazer. Se não chover, para lá irão se dirigir numerosas famílias da comunidade do Aleixo, além dos manauaras que usam os barcos de recreio em busca dos prazeres do banho de rio. Chorei silenciosamente. A incúria do capital pretende destruir em breve esse patrimônio da humanidade..., caso os amazonenses silenciem sobre o crime anunciado. Até quando a passividade, a covardia e a alienação contribuirão para a degradação do ambiente onde vivemos? Leia a poesia de Anibal Beça. Funciona como um bálsamo para as dores da alma. Depois, vá à luta, irmão(ã). Para sua informação, as comunidades do Aleixo e do Puraquera estão se movimentando. E você, vai ficar aí parado?

ESTAÇÕES DO VERDE

A saia da moça
sobe na língua do vento.
Orquídea negra.

Catador de rua.
A criança sorrindo entrega
a garrafa pet.

Depois do mormaço
o temporal amazônico.
Folhas pela casa

das mãos da senhora
saem asas para o vôo
origami

o orvalho da noite
brilha nas folhas caídas
as mãos enrugadas

anibal beça
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