maio 19, 2012

Contribuição da Associação Chico Inácio para a celebração da Semana Antimanicomial no Amazonas

Rogelio Casado, Jane Dantas e Nivaldo de Lima - Foto: Artur Mamede
PICICA: Pelas mãos de Jane Dantas, professora de Comunicação Comunitária e Teoria da Comunicação, este que vos escreve, junto com o companheiro Nivaldo de Lima, compareceu na Uninorte para falar das relações entre a Comunicação e o polissêmico campo da Saúde Mental. Quando o governo federal age com mão pesada adotando medidas contrárias aos princípios defendidos pelo movimento antimanicomial, esse encontro revestiu-se de um caráter simbólico, às vésperas do Dia Nacional da Luta Antimanicomial. Retornar às salas de aula foi o modo de celebrá-lo, com o desejo de aproximar a teoria da práxis antimanicomial. Ainda que nossas universidades não se permitam a ser o laboratório das mudanças do modelo assistencial, são os saberes ali em discussão que irão de um modo ou de outro interferir em nossos serviços, ora estimulando a criatividade, ora negando a reinveção das nossas práticas. Que dê frutos essa iniciativa! Essa é a nossa expectativa: minha e de Nivaldo de Lima, que sabe o que é ter os direitos de cidadania sequestrados pela psiquiatria conservadora. Viva a luta por uma sociedade sem manicômios!

Comunicação Comunitária

Como acontece a produção da comunicação nos movimentos sociais, especialmente no campo de Saúde Mental

Os alunos do terceiro período do curso de Comunicação Social – Jornalismo do Uninorte, das disciplinas de Comunicação Comunitária (Prof. Jane Dantas) e Teoria da Comunicação (Prof. Liège Albuquerque), receberam nesta terça feira (15.05) como convidados ilustres, o psiqui
atra Rogelio Casado e o ex-presidente da Associação Chico Inácio, Sr. Nivaldo de Lima para uma breve conversa sobre como levar aos portadores de transtornos mentais a prática da produção do conhecimento com as novas mídias e a inclusão de minorias.

Nivaldo de Lima e Rogelio Casado que militam no movimento nacional de luta antimanicomial, com essa visita buscavam instigar os acadêmicos de comunicação que atuam em suas diversas áreas (foto, vídeo, impresso) a desenvolverem projetos, dar suporte e habilitar os portadores de transtornos mentais em suas ferramentas de comunicação.


Nivaldo de Lima, que também é fotógrafo amador, é considerado um sobrevivente do antigo modelo manicomial, internado por 15 vezes e tendo passado por 13 tratamentos de eletro choque, provavelmente teria sua criatividade, sensibilidade e inteligência massacradas pelo sistema. No fim do ano de 2007, fotos de sua autoria, que retratavam os loucos que habitam e deambulam nas ruas de Manaus, foram expostas nas fachadas do Palácio da Justiça do Amazonas, durante uma amostra das obras de Arthur Bispo do Rosário.


Nivaldo é criador do projeto “Nós e Voz” que busca vocalizar os interesses sociais dos loucos de Manaus por meio de vídeos feitos de modo amador, mas que carregam toda uma sensibilidade e mostram sua perspectiva e esperança em um mundo sem manicômios e prisões onde portadores de transtornos mentais e outros excluídos e negligenciados possam se expressar com liberdade.


Artur Mamede


Fonte: Artur Mamede

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