PICICA: "O filme recebeu algum financiamento de departamentos de fomento às artes do governo dos EUA e causou furiosas reações de conservadores por conta do uso do dinheiro dos contribuintes. Em julho de 1991, a PBS exibiu o filme e gerou xingamentos e controvérsias entre seus assinantes – um terço deles manifestou com furor a recusa de executar o filme."
Tongues Untied: arte, documento e desafio às representações sociais sobre raça e sexualidade
Em 1989, Marlon T. Riggs filmou Tongues Untied
(EUA), um ensaio aberto e construtivo sobre raça, gênero e identidade
sexual, estruturado por meio de uma série de performances e narrativas
elípticas e perturbadoramente urgentes. Riggs, jornalista, educador e
poeta, transmite – rompendo todas as tradições da linguagem – o que ele e
outros negros e gays como ele vivenciam crescendo em uma sociedade
homofóbica e racista.
Sem argumento ou jogo afirmações, Riggs
conduz o filme construindo elegantes e intensas performances, desde um
rap até à angústia da perda de amigos para a AIDS; do relato de uma drag
queen triste e solitária que narra histórias de agressões contra
homossexuais até um clube gay de brancos que recusam a entrada de um
negro. Tudo a partir de movimentos do corpo, dança, monólogos e
conversas de rua.
O filme recebeu algum financiamento de
departamentos de fomento às artes do governo dos EUA e causou furiosas
reações de conservadores por conta do uso do dinheiro dos contribuintes.
Em julho de 1991, a PBS exibiu o filme e gerou xingamentos e
controvérsias entre seus assinantes – um terço deles manifestou com
furor a recusa de executar o filme.
Marlon Riggs
morreu de AIDS em 1994, aos 37 anos. Em sua abreviada trajetória deixou
um breve legado – sendo o filme o seu último testamento – que até hoje
constitui um desafio às normas sociais, especialmente sobre
representações de raça e sexualidade.
Fonte: ArtDocumento
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