PICICA: "Sobre Manaus, Tocantins escreveu que se poderia ter transformado a cidade "numa Veneza Tropical", onde não faltaria o tráfego intenso de embarcações, varando os quintais das casas, abordando as fachadas e os jardins dos palacetes. Mas o governador Eduardo Ribeiro [no final do século XIX] preferiu aterrar os os caudais em benefício de um urbanismo funcional (grifo do PICICA), que lutou contra a natureza até fazer secar os pequenos cursos d'água, transformados agora em amplas vias públicas [ruas e avenidas, claro, já que o leito de um rieo também pode ser uma via pública". EM TEMPO: Dando sequência ao debate que propus a um cineasta amazonense, depois de ter sido acusado de estar disseminando "confusão conceitual", trago aos meus leitores o artigo do antropólogo, poeta e ensaísta Antonio Risério, publicado no Jornal A Tarde - Bahia, a propósito de aterramentos de igarapés. Recomendo deste o autor o livro A Cidade no Brasil, publicado este ano pela Editora 34. Como se vê, cada vez mais radicalizo o lema: só andar em boa companhia. O texto é um primor, e ainda se dá ao luxo de citar um trecho do livro A Ilusão do Fausto: Manaus - 1890-1920, da pesquisadora Edinea Mascarenhas Dias, professora aposentada da Universidade do Estado do Amazonas. Aproveito o ensejo para corrigir uma impropriedade que cometi na primeira postagem da série PAREM DE ATERRAR NOSSOS IGARAPÉS, ao afirmar que foi na gestão do governador maranhense que os igarapés passaram a ser aterrados. O aterramento de igarapés começou 20 anos antes de Eduardo Ribeiro concluir sua obra do centro histórico de Manaus, que lhe valeria prêmios por ter erguido abaixo da linha do Equador a "Paris dos Trópicos". A informacão é da professora doutora Patricia Sampaio, da Universidade Federal do Amazonas. Segundo ela, o fato não se deu sem o clamor de muitas vozes.
Fonte: Conteúdo Livre
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