PICICA: "As seções sindicais pelo país afora e adentro, denunciam as precárias condições de trabalho, agravadas pelo REUNI, que amplia o acesso dos estudantes ao nível superior em cursos sem professores e técnicos suficientes, sem prédios apropriados, sem laboratórios. Agregada às deficiências estruturais, a carreira docente proposta pelo governo expressa um projeto de universidade daninho à produção do conhecimento crítico, empurrando os docentes para a lógica produtivista na graduação e na pós-graduação, desvinculando a universidade de sua função social."
NOTA DA ABEPSS DE APOIO À GREVE DOS PROFESSORES DAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS E AO SINDICATO NACIONAL - ANDES E SEÇÕES
A
ABEPSS manifesta seu apoio à greve das instituições de ensino federais,
que já somam mais de 45 unidades com greve deflagrada, e
reconhece sua legitimidade por entender que a atual política de
educação no país revela um alto nível de precarização do trabalho
docente, que impacta severamente a qualidade do ensino e da produção de
conhecimento que responda às necessidades sociais.
As
seções sindicais pelo país afora e adentro, denunciam as precárias
condições de trabalho, agravadas pelo REUNI, que amplia o acesso dos
estudantes ao nível superior em cursos sem professores e técnicos
suficientes, sem prédios apropriados, sem laboratórios. Agregada às
deficiências estruturais, a carreira docente proposta pelo governo
expressa um projeto de universidade daninho à produção do conhecimento
crítico, empurrando os docentes para a lógica produtivista na graduação e
na pós-graduação, desvinculando a
universidade de sua função social. A proposta do governo para a
progressão funcional é absolutamente desestimulante impondo aos docentes
uma lógica de competição individual rumo a um afunilamento para
ascender e se aposentar como professor associado ou titular (neste caso
tendo que se submeter a outro concurso para vagas escassas). Se
considerarmos a vigência do teto mínimo para aposentadoria do servidor
no valor de cerca de R$ 3.900,00, se revela a face perversa do governo,
pois ao se aposentar após o árduo percurso da progressão funcional, o
docente não receberá a totalidade do seu vencimento, sugerindo que o
servidor apele inevitavelmente para a previdência privada complementar,
privilegiando mais uma vez o mercado financeiro. Tal cenário torna
inviável o projeto de uma universidade pública, laica, gratuita e
socialmente referenciada. Diante disso, o ANDES-SN defende uma carreira
unica não só para os docentes do ensino superior como também para os
docentes do ensino basico, tecnico e tecnológico das instituições
federais de ensino.
O
movimento de greve, nessa conjuntura nacional e internacional de
privilegiamento do mercado financeiro em detrimento dos necessários
investimentos nas políticas sociais, acena para a necessidade de ruptura
com esse projeto convocando todos os segmentos das instituições
federais de ensino a abdicarem dos lamentos individuais e se lançarem
nessa luta coletiva, pressionando o atual governo, adensando a luta dos
servidores públicos federais, na defesa da política pública de qualidade
para a população brasileira.
Nesse
sentido, a ABEPSS orienta que as unidades acadêmicas de Serviço Social,
com a militância de seus docentes, técnicos-administrativos,
supervisores de campo e discentes, se somem a essa luta.
Busquem
informações nas respectivas seções sindicais, no sitio eletrônico do
ANDES-SN, na rede social do Comando Nacional de Greve através do
endereço https://www.facebook.com/CNGANDES.
Além dos sitios oficiais do movimento sindical, há renomados
professores/pesquisadores analisando a greve na atual conjuntura
nacional e internacional. O texto do prof. Dr. Marcelo Badaró da UFF
pode ser acessado através do endereço: http://nabruzundanga.blogspot.com.br/2012/05/algo-de-novo-no-reino-das-universidades.html e do Prof. Dr. Roberto Leher no endereço:http://www.onortao.com.br/ler3.asp?id=56535
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