PICICA: "A resistência fiscal foi uma das estratégias de desobediência civil que levou a India a alcançar a independência relativamente ao império britânico; agora pode ser uma estratégia chave para nos tornarmos independentes em relação ao capitalismo global."
MANIFESTO Vamos exercer o direito de rebelião. Una-se ao manifesto por uma nova dignidade rebelde
"Quando o governo viola os direitos do povo, a Insurreição é para o
povo e para cada parte do povo o mais sagrado dos seus direitos e o mais
indispensável dos seus deveres" (Declaração dos direitos do homem e do
cidadão de 1793)
A actual constituição espanhola, ditada pelo capital
internacional e aprovada de costas viradas para o povo, não só não nos
representa, como não reconhecemos que seja vinculativa no que nos diz
respeito.
No seu artigo 135.3 afirma que "Os créditos para satisfazer
os juros e o capital da dívida pública das Administrações
considerar-se-ão sempre incluídos no estado de despesas dos seus
orçamentos e o seu pagamento desfrutará de prioridade absoluta".
Com a
aprovação sem referendo desta mudança constitucional, demonstrou-se de
maneira definitiva que a soberania popular não controla o estado,
raptado pelo poder económico. Um governo que actua em benefício de uma
minoria é ilegítimo.
De acordo com o código penal espanhol,
"São réus
do delito de rebelião aqueles que se levantarem violenta e publicamente
para qualquer das seguintes finalidades: revogar, suspender ou modificar
total ou parcialmente a Constituição". Por isso, e dado o carácter
precipitado, interessado e antidemocrático desta recente reforma
constitucional, podemos determinar que os delinquentes estão no governo e
nas estruturas que os apoiam
.
O direito à rebelião está reconhecido
desde há mais de dois séculos pelo direito internacional, por exemplo
através da "Declaração dos direitos do homem e do cidadão" de 1793. A
sua função é fazer prevalecer o direito de rebelar-se pelo bem comum
ante situações como a que estamos a viver actualmente: perante a
rebeldia golpista dos que estão lá em cima, o direito de rebelião das de
cá de baixo. O compromisso que temos é com o bem comum e por isso,
seguindo o nosso dever legítimo como cidadãos e cidadãs, declaramo-nos
rebeldes à constituição, insubmissas ao Estado e desobedientes a
qualquer autoridade que o represente. É por isso que nos declaramos
cidadãs das assembleias populares e das assembleias de projectos
pós-capitalistas em que participamos. É a maneira que temos de exercer a
nossa soberania. Comprometemo-nos a fazer tudo o que estiver ao nosso
alcance para construir um novo poder popular que possibilite uma nova
sociedade onde as decisões sejam realmente tomadas pelo povo.
Consideramos que, após a crescente de indignação que temos vindo a
acumular, a melhor forma de recuperar a dignidade é mediante a rebeldia.
Entendemos por dignidade a nossa capacidade de desobedecer a leis
injustas e/ou contrárias ao bem-estar dos povos.
Por tudo isto,
comprometemo-nos com o chamamento a iniciar e a alastrar uma acção de
resistência fiscal total ao Estado e a quem o controla como acção
consequente para demonstrar que não pagaremos "as suas dívidas", porque
não reconhecemos esta constituição [N.T. no caso espanhol]: uma
desobediência fiscal que sirva para alimentar a gestão autónoma das
assembleias e, a partir destas, dar "prioridade absoluta" ao
financiamento participativo dos recursos que consideramos realmente
públicos.
Como a situação que vivemos no Estado espanhol é comum a
muitos países do mundo e uma vez que os poderes económicos que governam
são globais, incentivamos os seres humanos de todo o mundo a afirmar o
seu direito de rebelião mediante este tipo de manifestos.
A resistência
fiscal foi uma das estratégias de desobediência civil que levou a India
a alcançar a independência relativamente ao império britânico; agora
pode ser uma estratégia chave para nos tornarmos independentes em
relação ao capitalismo global.A fase de estarmos indignados já passou, agora somos uma nova dignidade à revelia.
Mais informação derechoderebelion.net Aqui pode conhecer melhor o manifesto, subscrevê-lo e aderir às diferentes formas de desobediência civil.
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