janeiro 23, 2016

Sonho que se sonha junto é realidade: "As sufragistas". Por Diego Ribeiro (OBVIOUS)

PICICA: "Apesar de o filme não ter um ritmo forte e se arrastar em alguns momentos, ele cumpre seu papel. Em um momento tão importante no qual vivemos, "As sufragistas" mostra-se um filme contemporâneo, pois apesar de épocas distintas, o machismo de hoje tem uma outra roupagem e se mostra, às vezes, mais dissimulado e nocivo à nossa sociedade."


Sonho que se sonha junto é realidade: "As sufragistas"


Apesar de o filme não ter um ritmo forte e se arrastar em alguns momentos, ele cumpre seu papel. Em um momento tão importante no qual vivemos, "As sufragistas" mostra-se um filme contemporâneo, pois apesar de épocas distintas, o machismo de hoje tem uma outra roupagem e se mostra, às vezes, mais dissimulado e nocivo à nossa sociedade.


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O filme "As sufragistas" veio para emocionar. O longa narra a conquista do voto feminino na Inglaterra, uma luta travada no início do século XX. A obra, que reúne mulheres de peso no elenco, como Meryl Streep, Carey Mulligan e Helena Bonham Carter, mostra a coragem de grandes mulheres diante de um mundo machista o qual as colocavam apenas como mero enfeite na sociedade.

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Já dizia o saudoso Raul Seixas: "Sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade", e assim, saindo da música para o cinema, pode-se dizer que "As sufragistas" nada mais é do que materialização de um sonho, fruto de uma consciência coletiva feminina que não estava mais disposta a sofrer e aguentar migalhas da sociedade.

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O filme traz a história de uma mulher de fibra, Maud Watts (Carey Mulligan), que serve de pano de fundo para toda uma revolução. Maud, que nasceu e cresceu em uma espécie de grande lavanderia - típicas do início do século -, sempre conheceu na pele o distanciamento social que havia entre homens e mulheres na sociedade britânica, principalmente para as menos afortunados.

Passíveis de todo tipo de assédio, longas jornadas de trabalho e nenhum direito (nem sobre os próprios filhos), um sentimento de insatisfação crescente vai tomando conta de umas poucas mulheres que ousam desafiar o sistema e, assim, começam (após décadas de manifestações pacíficas) uma militância mais "calorosa", com ataques coordenados que visam desestabilizar o governo e pressioná-lo a rever a questão das mulheres, começando pelo direito ao voto.

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No centro desse movimento, figuras históricas importantes como a lendária Emmeline Pankhurst (Meryl Steep) e Edith Ellyn (Helena Bonham Carter) servem como porta-voz e inteligência da militância que ao longo da trama vai ganhando maiores proporções.

Apesar de o filme não ter um ritmo forte e se arrastar em alguns momentos, ele cumpre seu papel. Em um momento tão importante no qual vivemos, "As sufragistas" mostra-se um filme contemporâneo, pois apesar de épocas distintas, o machismo de hoje tem uma outra roupagem e se mostra, às vezes, mais dissimulado e nocivo à nossa sociedade.

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O destino dessas mulheres, que o filme traz, tem impacto no mundo todo, uma vez que foi a partir da luta dessa militância que se iniciou uma consciência global a respeito do assunto e, assim, paulatinamente, diversos países começaram a dar o direito do voto para as mulheres.

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Para aqueles que acham que essa questão já foi superada, saibam que na Arábia Saudita, último país do mundo a negar o voto feminino, as mulheres só ganharam tal direito em 2015, mas ainda não podem dirigir, trabalhar, viajar e nem se casar sem aprovação dos membros masculinos da sua família.

Abra os olhos e ouvidos e esteja esteja atento "As sufragistas".



Diego Ribeiro

 
Fonte: OBVIOUS

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