PICICA: "Em 1989, o autor desse vídeo, durante um
comício em Manaus, entregou uma cópia para o operário que assumiria em
2003 a presidência da república, numa das maiores mobilizações de
esperança do povo brasileiro. Mais tarde, o presidente da república
faria uma surpreendente declaração ao qualificar os quilombos e os
indígenas como um entrave para o desenvolvimento da Amazônia. A
antropóloga Manuela Carneiro da Cunha manifestou sua perplexidade nas
páginas da Revista de História da Biblioteca Nacional. Não apenas os
compromissos assumidos com a causa indígena estavam sendo rasgados.
Esvaia-se, também, a esperança dos povos da floresta. Silenciar sobre a
desastrada política energética brasileira é um crime de lesa-humanidade."
“‘Balbina no País da Impunidade’ – vídeo de luta contra barragens. Para Telma Monteiro e Elaíze Farias”
Filmagem realizada por Rogelio Casado em 1989, agora recuperada e postada.
“Em toda a Amazônia estão previstas a
criação de 150 hidrelétricas, das quais 60 delas na Amazônia brasileira.
A hidrelétrica de Balbina, concebida e construída na ditadura militar
(1964-1985) no rio Uatumã (Amazonas), passou a funcionar a partir de
1989, Um bilhão de dólares do dinheiro do contribuinte foi usado para
destruir 240 mil hectares de floresta, afogar animais silvestres, alagar
terras indígenas e provocar fome e doença entre os ribeirinhos da
região. Em troca dessa catástrofe, apenas insignificantes 80 megawatts
firmes para Manaus. Passados todos estes anos, o modelo energético
brasileiro não sofreu nenhuma revisão em todos os governos após a
redemocratização do Brasil.
O físico José Goldemberg, em depoimento,
recomendou que Balbina fosse desativada e mantida como um monumento à
insanidade humana. O missionário Egydio Schwade denunciou o
desaparecimento de várias aldeias indígenas com a construção da
barragem. Só a cegueira ideológica não enxerga os impactos
socioambientais irreversiveis provocados pelo desenvolvimentismo
nacional, em sua nova etapa. Tampouco se aprende com a experiência do
passado.
Em 1989, o autor desse vídeo, durante um
comício em Manaus, entregou uma cópia para o operário que assumiria em
2003 a presidência da república, numa das maiores mobilizações de
esperança do povo brasileiro. Mais tarde, o presidente da república
faria uma surpreendente declaração ao qualificar os quilombos e os
indígenas como um entrave para o desenvolvimento da Amazônia. A
antropóloga Manuela Carneiro da Cunha manifestou sua perplexidade nas
páginas da Revista de História da Biblioteca Nacional. Não apenas os
compromissos assumidos com a causa indígena estavam sendo rasgados.
Esvaia-se, também, a esperança dos povos da floresta. Silenciar sobre a
desastrada política energética brasileira é um crime de lesa-humanidade.
A presente edição é dedicada à memória do bispo D. Jorge Marskell, de
quando a Igreja Católica estava comprometida com a Teologia da
Libertação. Salve Jorge!”
http://www.rogeliocasado.blogspot.com.br/2012/04/balbina-no-pais-da-impunidade-video-de.html
Fonte: Racismo Ambiental
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