PICICA: "Não exija da ação política que ela
restabeleça os “direitos” do indivíduo, tal como a filosofia os definiu.
O indivíduo é o produto do poder. O que é preciso é 'desindividualizar'
pela multiplicação, o deslocamento e os diversos agenciamentos. O grupo
não deve ser o laço orgânico que une os indivíduos hierarquizados, mas
um constante gerador de 'desindividualização'"
"Como fazer para não se tornar fascista mesmo quando (sobretudo quando) se acredita ser um militante revolucionário? (...)
1. Libere a ação política de toda forma de paranoia unitária e totalizante;
2. Faça crescer a ação, o pensamento e os desejos por proliferação,
justaposição e disjunção, mais do que por subdivisão e hierarquização
piramidal;
3. Libere-se das velhas categorias do Negativo (a lei, o limite, a castração, a falta, a lacuna), que o pensamento ocidental, por um longo tempo, sacralizou como forma do poder e modo de acesso à realidade. Prefira o que é positivo e múltiplo; a diferença à uniformidade; o fluxo às unidades; os agenciamentos móveis aos sistemas. Considere que o que é produtivo, não é sedentário, mas nômade;
4. Não imagine que seja preciso ser triste para ser militante, mesmo que a coisa que se combata seja abominável. É a ligação do desejo com a realidade (e não sua fuga, nas formas da representação) que possui uma força revolucionária;
5. Não utilize o pensamento para dar a uma prática política um valor de verdade; nem a ação política, para desacreditar um pensamento, como se ele fosse apenas pura especulação. Utilize a prática política como um intensificador do pensamento, e a análise como um multiplicador das formas e dos domínios de intervenção da ação política;
6. Não exija da ação política que ela restabeleça os “direitos” do indivíduo, tal como a filosofia os definiu. O indivíduo é o produto do poder. O que é preciso é 'desindividualizar' pela multiplicação, o deslocamento e os diversos agenciamentos. O grupo não deve ser o laço orgânico que une os indivíduos hierarquizados, mas um constante gerador de 'desindividualização';
7. Não caia de amores pelo poder."
Michel Foucault, 'Introdução a uma vida não-fascista' (prefácio à edição americana de O Anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia, de Gilles Deleuze e Félix Guattari), 1977.
Texto completo: http://letraefilosofia.com.br/…/foucault-prefacio-a-vida-na…
Fonte: Silvio Pedrosa
3. Libere-se das velhas categorias do Negativo (a lei, o limite, a castração, a falta, a lacuna), que o pensamento ocidental, por um longo tempo, sacralizou como forma do poder e modo de acesso à realidade. Prefira o que é positivo e múltiplo; a diferença à uniformidade; o fluxo às unidades; os agenciamentos móveis aos sistemas. Considere que o que é produtivo, não é sedentário, mas nômade;
4. Não imagine que seja preciso ser triste para ser militante, mesmo que a coisa que se combata seja abominável. É a ligação do desejo com a realidade (e não sua fuga, nas formas da representação) que possui uma força revolucionária;
5. Não utilize o pensamento para dar a uma prática política um valor de verdade; nem a ação política, para desacreditar um pensamento, como se ele fosse apenas pura especulação. Utilize a prática política como um intensificador do pensamento, e a análise como um multiplicador das formas e dos domínios de intervenção da ação política;
6. Não exija da ação política que ela restabeleça os “direitos” do indivíduo, tal como a filosofia os definiu. O indivíduo é o produto do poder. O que é preciso é 'desindividualizar' pela multiplicação, o deslocamento e os diversos agenciamentos. O grupo não deve ser o laço orgânico que une os indivíduos hierarquizados, mas um constante gerador de 'desindividualização';
7. Não caia de amores pelo poder."
Michel Foucault, 'Introdução a uma vida não-fascista' (prefácio à edição americana de O Anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia, de Gilles Deleuze e Félix Guattari), 1977.
Texto completo: http://letraefilosofia.com.br/…/foucault-prefacio-a-vida-na…
Fonte: Silvio Pedrosa
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