PICICA: "Há pessoas que passam a vida toda ao nosso lado e não conseguem
perceber nossa essência, muito menos a essência de certas
particularidades. Porque não percebem esses detalhes, essenciais
detalhes. Não captam, não intuem. Não vêem a gravidade ou a beleza das
coisas se elas não estiverem evidentes. Por outro lado, há pessoas, nem
tão próximas de nós, que conseguem observar estes detalhes de algum
nosso momento, conseguem captar a alma de algumas nossas circunstâncias,
de alguns lugares, das coisas, das horas. E o fazem por não estarem
distraídos nas expressões, nos olhares e nos modos de andar alheios. E o
fazem porque gostam dos outros a ponto de os outros não os aborrecerem
de tédio quando estão a praticar as atividades mais comuns.
É o caso do aposentado britânico Bill Harris - apaixonado por captar
esses pequenos grandes momentos, tão comuns no dia-a-dia, mas tão raros
nas percepções. Bill sempre gostou de pessoas - particularmente, de
observá-las. É do tipo que senta em um banco de praça, ou de um
shopping, e fica o dia todo apenas a observar quem por ele passa."
A fotografia de rua: a alma dos distraídos
Há pessoas que passam a vida toda ao nosso lado e não conseguem perceber nossa essência, muito menos a essência de certas particularidades. Porque não percebem esses detalhes, essenciais detalhes. Não captam, não intuem. Não vêem a gravidade ou a beleza das coisas se elas não estiverem evidentes. Por outro lado, há pessoas, nem tão próximas de nós, que conseguem observar estes detalhes de algum nosso momento, conseguem captar a alma de algumas nossas circunstâncias, de alguns lugares, das coisas, das horas. E o fazem por não estarem distraídos nas expressões, nos olhares e nos modos de andar alheios. E o fazem porque gostam dos outros a ponto de os outros não os aborrecerem de tédio quando estão a praticar as atividades mais comuns.
É o caso do aposentado britânico Bill Harris - apaixonado por captar esses pequenos grandes momentos, tão comuns no dia-a-dia, mas tão raros nas percepções. Bill sempre gostou de pessoas - particularmente, de observá-las. É do tipo que senta em um banco de praça, ou de um shopping, e fica o dia todo apenas a observar quem por ele passa.
Conta que sua mente faz composições, monta e arranja cenas. Vê sempre tudo enquadrado, como se seus olhos fossem uma câmara. Então começou a fotografar todas aquelas desatenções, todas as coisas que passam despercebidas.
O que Bill faz é a chamada fotografia de rua, um método um tanto despretensioso, mas original por causa da espontaneidade das fotos. Sem composições padronizadas, se criam imagens a partir do quase nada. Tudo o que se tem é o que se vê. E é excitante justamente porque é algo que não podemos controlar, como o movimento, os ângulos ou a luz. Talvez seja o método em que mais se precisa da velha e boa intuição. Ou devo dizer talento?
Na fotografia de rua, a única coisa que podemos controlar é a lente e o momento do clique, nada mais. A fotografia de rua nem dá margem para uma escolha do fotógrafo acerca do quê fotografar. Ele simplesmente fotografa porque as coisas estão acontecendo naquele instante. E a escolha do instante de fotografar é muito mais um sentimento do que uma escolha.
Obviamente, para um bom resultado é fundamental que se tenha uma câmara boa e rápida. Isso significa evitar atraso entre a pressão e o clique do botão do obturador. Se a câmara é rápida, então se consegue exatamente a imagem desejada e não o que aconteceu um décimo de segundo depois.
A essência da fotografia de rua é captar os momentos, e os momentos acontecem em um piscar de olhos, às vezes literalmente. A fotografia de rua eterniza sutilezas que durariam apenas um segundo. E já há muito se diz: os pequenos momentos....não há nada maior do que eles, não?
Mais fotografias de Bill Harris podem ser conferidas neste site.
rejane borges
Gosta das cores de folhas secas ao chão. E das cores das folhas velhas dos livros.Fonte: OBVIOUS
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