29 de maio de 2013
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Dilma, preserve os interesses públicos na saúde! Saúde é Política de EstadoPelo direito à saúde, por um SUS público, universal e integral, pela preservação do Ministério da Saúde do abominável jogo político. Democracia e respeito das instituições democráticas
As
entidades Abrasco e Cebes reafirmam a luta histórica pela Democracia,
Desenvolvimento e Saúde, e manifestam indignação e repúdio à iniciativa
do governo de transformar a Saúde e o SUS em “moeda de troca” neste
perverso jogo político instalado no país. Ao colocar o Ministério da
Saúde à disposição da “dança das cadeiras” dos ministérios e, na
tentativa de uma possível conciliação com os setores mais retrógrados da
política nacional em troca de uma momentânea “governabilidade”, o
governo Dilma submete à negociação de alto risco os rumos do direito à
saúde, do SUS. Essa atitude é inaceitável e significa mais uma derrota
para o Movimento da Reforma
Sanitária e o projeto constitucional para a saúde.
Sempre
defendemos e lutamos pelo direito universal à saúde a partir de um
lugar central no projeto de desenvolvimento, assim como pelo caráter
público e universal do SUS como Política de Estado e, para isso, o
Ministério da Saúde tem papel estratégico nos governos na construção da
justiça social, dos direitos sociais e da cidadania. É por isso que a
Saúde não pode servir como moeda política tal como ocorre nesse momento
em que estão em jogo a governabilidade de uma coalizão inviável
historicamente, assim como as eleições municipais de 2016. Esse acordo
intensifica ainda mais a onda conservadora e fisiologista no país. Vale
lembrar que, à época do mensalão, a Saúde e a Previdência foram, também,
negociadas pela governabilidade. Agora, na crise do “petróleo”, a história se repete mais uma vez, sob a forma de farsa.
Assim,
repudiamos veementemente que a gestão do Ministério da Saúde seja
exercida por grupos e gestores que nunca demonstraram compromisso
efetivo com o SUS único, universal e com integralidade e que, ao
contrário, compõem as forças cada vez mais hegemônicas da
mercantilização e financeirização do setor. Este grupo articulou a
aprovação da entrada do capital estrangeiro, propõe universalização de
planos privados e barrou projetos de financiamento público na saúde,
possui raízes e alianças políticas com as operadoras de planos e seguros
privados, com a indústria farmacêutica e com o setor privado da saúde
no Brasil.
É
fato que esse grupo já constrange governos e ministros, mesmo os mais
progressistas e ideologicamente alinhados com o projeto do SUS e da
Reforma Sanitária que, de alguma forma, aderem ou facilitam os espaços à
consecução dos respectivos interesses. A pergunta que surge é, o que
esperar de um ministro com essa origem e compromisso explícito,
financiado pelo mercado da saúde, defensor do conteúdo privatista do
conhecido Livro Branco da Associação Nacional de Hospitais Privados
(Anahp) e que não se compromete com o SUS público tal como definido pela
Constituição à frente da condução do Ministério da Saúde ?
Além
disso, esse grupo político ao longo de sua história nunca ofereceu a
fidelidade e coerência necessárias ao governo à saída dessa grave crise
política construída e ampliada por eles próprios, revestindo-se de
atitudes antidemocráticas e “golpes” dentro da institucionalidade.
Entendemos como temeroso o momento político, ameaçando não só os avanços
em torno das políticas sociais e do SUS, mas da própria democracia.
Diante do preocupante cenário, é fundamental que o Movimento da Reforma
Sanitária e demais movimentos sociais, populares, políticos e acadêmicos
radicalizem a sua defesa em torno do direito à saúde como objetivo
central do desenvolvimento, do SUS público universal e de qualidade, e
da
democracia nacional.
Não
se trata de defender nomes, mas reafirmar intransigentemente o projeto
político para a saúde que o Brasil vem construindo desde a década de
1980, sacramentado na Constituição Federal, e que está sob risco
particularmente nesse cenário complexo de forças e hegemonias
contraditórias. A militância da Reforma Sanitária e do SUS carregam 25
anos de consternações com os seguidos desastres do subfinanciamento
acoplados à construção de outro modelo de atenção à saúde não
universalista distanciado da base constitucional dos direitos de
cidadania.
O
SUS atualmente atravessa uma crise de financiamento sem precedentes
gerando um déficit de R$ 5,8 bilhões em 2015 e de R$ 17 bilhões em 2016.
Nesse momento em que estamos mobilizados em torno da 15ª Conferência
Nacional de Saúde, reafirmamos a necessidade de nova fonte vinculada,
suficiente e estável. Clamamos por avanços, construindo alternativas e
estratégias e não podemos assistir passivamente a essa decisão do
governo, que não pode, mais uma vez, trair o projeto da Reforma
Sanitária.
A
Abrasco e o Cebes posicionam-se firmemente contrários a tais
retrocessos, e convocamos a reação dos militantes pelo direito à saúde
para organizar manifestações em torno do fortalecimento da luta pela
consolidação do SUS público, universal, gratuito e de qualidade,
construído com ampla participação popular e com o controle social,
preservando os interesses coletivos e a garantia de avanços efetivos.
Pelo
direito à saúde, por um SUS público, universal e integral, pela
preservação do Ministério da Saúde do abominável jogo político. Por
Saúde, Democracia, respeito e preservação das instituições democráticas!
Assinam essa nota pública:
Associação Brasileira de Saúde Coletiva – Abrasco
Centro Brasileiro de Estudos da Saúde – Cebes
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PICICA - Blog do Rogelio Casado - "Uma palavra pode ter seu sentido e seu contrário, a língua não cessa de decidir de outra forma" (Charles Melman) PICICA - meninote, fedelho (Ceará). Coisa insignificante. Pessoa muito baixa; aquele que mete o bedelho onde não deve (Norte). Azar (dicionário do matuto). Alto lá! Para este blogueiro, na esteira de Melman, o piciqueiro é também aquele que usa o discurso como forma de resistência da vida.
setembro 28, 2015
Dilma, preserve os interesses públicos na saúde! Saúde é Política de Estado
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