PICICA: "“É intolerável que um corpo, individual ou
coletivo, seja separado de sua potência. E como recusar o intolerável, e
como reconectar um corpo com sua potência? Questões cartográficas e
estratégicas da maior importância, e da maior complexidade – Peter Pál
Pelbart"
“É intolerável que um corpo, individual ou coletivo, seja separado de sua potência. E como recusar o intolerável, e como reconectar um corpo com sua potência? Questões cartográficas e estratégicas da maior importância, e da maior complexidade – Peter Pál Pelbart
Cena
Pedrita, Pedro, Peter e Pierre caminham
até a sala da agremiação estudantil, onde estariam distantes de olhares
alheios. Uma mulher e três homens, três homens para uma mulher. Era
quase-noite de feriado e poucas pessoas estavam naquele bloco da
universidade.
No caminho do bar até a sala, vinham
conversando sobre coisas da graduação que compartilhavam, mas também
sobre amor livre, poliamor, “libertação das amarras sociais” e como
aquilo que eles estavam prestes a fazer tinha a ver com tudo isso. Era
Pedrita que volta e meia, em um tom situado entre o desafio e a
cobrança, perguntava se ainda queriam fazer aquilo pelo que saíram do
bar. Peter era o mais veemente e o primeiro a dizer que sim, que queria
fazer, sorrindo levemente excitado. Pierre transparecia ser o mais
ansioso e ao mesmo tempo era o que mais animadamente falava de amor
livre.
Chega a “hora da verdade”, como enuncia
Pedro. Os quatro entram na sala uma tensão se instala. “E agora?”. Peter
e Pierre arrastam os sofás e deixam um paralelo ao outro, enquanto
Pedro apaga a luz. Sentam-se e Pedro propõe que fiquem só com as “roupas
de baixo”. Pedrita chega a tirar o sutiã e não demorou pra que Pierre
abaixasse sua cueca subitamente, como quem entra de uma vez na água
gelada, seguido dos outros dois.
Ficaram os quatro sentados, Peter e
Pedrita, Pedro e Pierre, duas em cada banco. Um breve silêncio antecedeu
o convite de Pedrita: “vocês vão ficar aí olhando?”. Com isso, Peter
voa na direção de Pedrita e começa beijar lascivamente seu seio,
acariciando e beijando Pedrita na boca. Ela fecha os olhos,
possivelmente para sentir melhor, corresponde ao beijo na boca.
Pierre acopla-se no outro seio e Pedrita
chama a Pedro que até então só observava. Pedro estava mais interessado
nos rapazes e eles, ao que tudo indicava, em Pedrita. Ele deixara claro
que nunca havia transado com mulheres e viu ali uma chance de ter essa
experiência nova.
Pedro tira a calcinha de Pedrita
delicadamente, pela sensualidade que talvez surtisse, mas também porque
não tinha pressa. Beija devagar a barriga de Pedrita, vai beijando até
chegar a sua vulva, precisamente como vira ser feito em alguns filmes.
Sentiu o cheiro da vulva, um cheiro inédito, diferente do cheiro de uma
rola, inclusive porque ao sentir o cheiro de uma rola em mesmo grau de
“curtição” que estava a vulva de Pedrita, Pedro já ficaria excitado.
Diferente disso, Pedro percebe o cheiro
como levemente nauseante, mas não hesita em começar a beijar a buceta de
Pedrita. Beijar, sim, e não chupar, porque se lembra, momentos antes,
do comentário da sua melhor amiga, que disse que a maioria dos caras que
fizeram sexo oral nela – e com as mulheres com quem conversara – eram
agressivos demais, pareciam querer “arrancar um pedaço”, chegando a
machucar.
Com a sala parcamente iluminada pelas
luzes que vinham de fora do bloco, Pedro se guia mais pelo seu olfato,
tato e paladar. A comunicação entre os quatro é na maior parte por
signos territoriais; a mesma comunicação que Pedro aprendera com seus
cachorros. Ele umedece toda a vagina com sua boca, mas logo põe-se ao
norte e começa a lhe lamber o clitóris. Alterna entre lambidas, beijos e
fricção com a ponta da língua.
Pedrita se contorce deixando Pedro
confuso sobre o que ela tem. Ela geme e Pedro entende que é prazer e se
regozija. Troca de posição com Peter e experimenta os mamilos de
Pedrita. “Nossa, o Pedro é tão delicado!”, “Isso é bom?”, “Sim, muito!”.
Pedro sente como se fosse capaz de parte daquilo que ouvia meninas
elogiarem sobre fazer sexo com outras meninas; fica lisonjeado.
Pedrita e Peter se apartam dos outros
dois. Ela fica de pé, apoia-se em uma poltrona, de costas para Peter,
empina-se, para que ele a penetrasse e foi o que ele fez, enquanto Pedro
e Pierre observavam. Ele enfiava numa velocidade tão rápida que não
demorou para ficar ofegante, dava pausas em que beijava e acariciava os
seios de Pedrita. Para Pedro, o som do impacto dos corpos era mais
descritivo e mais excitante que a cena observada e ficaram os dois,
Pedro e Pierre, tocando-se, cada um ao próprio corpo, enquanto
observavam.
Não demorou para que Pedrita puxasse
Pierre que também transou num frenesi que Pedro só vira em vídeos pornô.
E era isso que parecia a Pedro, naqueles momentos em que observava a
Pierre e Peter e volta e meia imaginava-se no lugar de Pedrita: um vídeo
pornô. Eles se esforçavam mais do que podiam, perante os outros dois
caras, para ter um desempenho exuberante, “sex machine”.
Chegada a vez de Pedro, ele brocha sem
constrangimento. Ele se sai de maneira jocosa: diz “É, sou viado mesmo…”
e todos riem. Pedrita logo se junta a Peter, e Pedro vai em direção a
Pierre, sentado ao seu lado de pau nem duro nem mole, “meia bomba”.
Pedro se ajoelha e passa a fazer-lhe uma oração. “Caralho, Pedro!”,
interjeita Pierre, como quem diz “olha o que você está fazendo eu
fazer!”.
Pedrita se surpreende com a cena de um
cara chupando outro, mas sem repreender. Ela parecia a que estava mais à
vontade dos quatro e desse ponto em diante passam a se alternar nas
combinações: Peter-Pedrita, Pedrita-Pierre, Pierre-Pedro. Pedro faz
algumas investidas para continuar com Pierre na próxima etapa do script pornográfico standard oração-penetração-ejaculação,
mas Pierre o beija na boca e diz preferir ficar deitado agarrado, para a
surpresa e agrado de Pedro.
Depois de um tempo, a suruba parece ter
chegado ao seu ápice, que, diferentemente do pornô, não coincidiu com a
ejaculação. Ninguém gozou. Mas o ápice foi quando todos deram um tempo,
pelados nos sofás e Pierre comenta que queria estar com sua câmera para
fotografar aquele momento. Depois disso Pedro resolve ir ao banheiro e,
quando volta, estão todos vestidos, a sala reorganizada e a luz acesa.
Linhas
Uma primeira linha que gostaríamos de
traçar é a linha dos afetos. Trata-se destarte de uma opção por uma
tradição distinta da concepção de sujeito de que falamos, um sujeito
fechado, um Eu que é a redundância do juízo de Deus em nós. Dito isto e
seguindo uma sugestão de Pelbart [1], poderíamos partir de Spinoza, para
quem um indivíduo se define não pelo que é, mas pelo que pode fazer e
suportar, pelos afetos de que é capaz.
É possível nomear alguns afetos que
passam por Pedro na cena, a saber: ansiedade, a caminho da sala;
vergonha, ao apagar a luz; curiosidade, quando do convite de Pedrita;
náusea, quando do cheiro; regozijo, ao conseguir dar prazer a Pedrita;
lisonjeio, ao se comparar com a maioria dos caras; excitação, ao
assistir e ouvir Peter e Pedrita transarem; graça, quando ri;
frustração, quando não segue o roteiro pornô com Pierre; surpresa e
agrado, quando Pierre o beija na boca.
Esses afetos envolvem o aumento de sua
potência, como a excitação, o lisonjeio ou a graça; outros, diminuição,
como a vergonha do próprio corpo ou a frustração. Em outros termos, eles
envolvem respectivamente alegria e tristeza. Entretanto, mais do que
aumento ou diminuição da potência, “o affectus em Spinoza é a
variação” [2]. Isso quer dizer que afeto diz respeito menos a um estado
de potência do que a um movimento de variação que se passa entre os
estados.
Conceitualmente, isso é importante porque
esses afetos que nomeamos são, eles próprios, movimentos vitais de
diferenciação, isto é, “os afectos são devires” [3]. Movimentos que se
dão a partir da ação de um corpo sobre outro e a ideia que isso inscreve
e, mais ainda, da ação do território e todos os corpos que ele exprime.
É nesse sentido que poderíamos traçar uma
latitude como um traçado dos “seus” devires. A linha dos afetos que
atravessa a cena é menos uma sequência dos afetos que enumeramos –
ansiedade-vergonha-curiosidade… e assim por diante –, e mais da potência
de Pedro a cada variação, a cada devir, isto é, o que Pedro é capaz de
fazer a partir de cada devir.
É dizer que a linha dos afetos a que nos
referimos não é uma linha cronológica e estrutural, mas uma linha das
virtualidades que se poderia atualizar [4]. Desta forma poderíamos
responder às questões de como atualizar essas virtualidades e o que
impede as atualizações; “como reconectar um corpo com sua potência” e o
que o separa.
Entretanto, nos interessa mais como a
micropolítica da pornografia interfere na política do desejo na cena;
como a pornografia do stablishment – para usar uma expressão de Donini – interfere na latitude dos corpos em questão. É novamente Spinoza quem nos dá uma pista.
Em sua “teoria dos afetos”, ele fala da
necessidade que o tirano tem de inspirar paixões tristes nas pessoas,
tais como esperança ou medo, para que possa manter-se como tal. Então
podemos entender a pornografia como uma forma de mediar a prática de
inspirar tristeza e exercer poder – este entendido justamente como o ato
de separar as pessoas daquilo que elas podem [5]. Exemplo disso seria a
vergonha do seu próprio corpo, de que Pedro se previne quando resolve
apagar a luz.
Esse exercício está talvez relacionado ao
caráter normativo da pornografia. Em um texto sobre a miséria da
pornografia, Rafael Trindade resume bem o que seria essa limitação da
sexualidade que ela efetua, numa perspectiva afeita às cartografias de
Foucault acerca do poder disciplinar:
O poder age individualmente. Mas se achamos que estamos escondidos no escuro do nosso quarto quando abrimos um site pornô, estamos plenamente enganados. A luz dos holofotes está em cima dos corpos que de forma performática realizam o ato sexual. A pornografia não diz como é, mas como deve ser, completo esquadrinhamento da sexualidade em tags, categorias, vídeos mais vistos e cortes de cena. Através dos vídeos, temos nossa cota semanal (ou diária) de “formação sexual”. Da mesma forma que aprendemos como nascem os bebês em uma conversa constrangedora com nossos pais, aprendemos como usar camisinha em uma aula de “educação sexual” na escola, aprendemos o que é uma mulher bonita na playboy e descobrimos como devemos dar e receber prazer através dos sites de pornografia. – Rafael Trindade, A miséria da pornografia
Na cena, vimos Pierre e Peter desempenhar
uma penetração viril e “selvagem”, mais do que podiam, numa tentativa
frustrante de imitar o pornô, uma tentativa que tem o pornô como
referência de “dever ser”. E também Pedro, quando adere ao roteiro
oração-penetração-ejaculação com Pierre, ou quando inicia o contato com
Pedrita. Ele só tem afetos alegradores quando passa a se portar segundo o
desejo concreto de Pierre (ficar deitado agarrado) e segundo a
experiência concreta compartilhada pela sua amiga (no sexo oral com
Pedrita).
Se a pornografia é povoada de afetos
entristecedores, por que então o seu consumo? Não temos aqui a
prepotência de supor que as pessoas consomem porque não sabem ou não
sentem seu efeito normalizador, mas, diferente disso, supomos que há um
desejo pela segurança e conforto que a pornografia oferece. O pornô é um
colo, como o é todo dispositivo disciplinar, basta que as
multiplicidades obedeçam as suas prescrições.
Mas não é somente pelo sentimento de
segurança que somos seduzidos. Neste ponto podemos falar de duas grandes
linhas – presentes na cena – pelas quais a micropolítica da pornografia
acontece. Uma delas é a normalização, pelo poder, que impede a
atualização das virtualidades infinitas dos corpos nem tanto pelo
proibido, mas pelo permitido, prescrevendo assim comportamentos [6].
“Cada escolha é uma renúncia” ou infinitas renúncias.
A outra linha, que mais nos interessa
aqui, é a captura das linhas de fuga. A natureza da micropolítica pode
ser qualificada como uma política das linhas das fuga e, como já se
poderia supor, a fuga não tem a ver com “correr das responsabilidades”
ou fugir da realidade. Como explica Suely Rolnik, “ao contrário, é o
mundo que foge de si mesmo por essa linha, ele se desmancha e vai
traçando um devir” [7].
Em outros termos, há uma relação estreita
entre linhas de fuga e devires. No nosso entendimento, linhas de fuga
se dão a partir de devires, são devires mais intensos. Linhas de fuga,
que são da ordem do desejo, acontecem não em oposição à ordem
estabelecida, mas à diferença dela. No dizer de Tomaz Tadeu, “A
diferença [devir] é mais da ordem da anomalia que da anormalidade: mais
do que um desvio da norma, a diferença é um movimento sem lei” [8] .
Linhas de fuga são movimentos de
desterritorialização; a mínima passagem de um estado a outro tem a ver
com o devir. A questão principal é, como dissemos, o destino dessas
linhas. Porque elas podem ser seguidas, e daí acontece o ato de criação;
ou podem ser capturadas e transformadas, daí o ato de reprodução,
recognição, o delírio persecutório, a mania…
É na micropolítica que se define um
destino ou outro. Da perspectiva da micropolítica, nossa sociedade é
definida por nossas linhas de fuga, e não por suas contradições. Essas
linhas, por sua vez, “não seriam nada se não repassassem pelas
organizações molares e não remanejassem seus segmentos, suas
distribuições binárias de sexos, de classes, de partidos” [9].
Então, as linhas de fuga são ora abafadas
e condenadas à reprodução, ora forçam reorganização do mundo, ora
abolem o instituído, criando novas terras, a partir de novos elementos.
No que tange à pornografia, ela se sustenta sobre linhas de fuga, tal
qual o fascismo [10], as igrejas evangélicas, a televisão, o romance e
tantas outras instituições/organizações na sociedade.
Quando Pedro e Pierre assistem, ao vivo,
ao pornô performado por Pedrita e Peter, eles se excitam. Esse afeto,
que é devir, poderia compor uma linha de fuga, dando origem a uma transa
mais afeita aos corpos do que aquela. Mas o devir em questão –
excitação – foi de pronto rebatido na cena costumeira, capturado pelas
imagens que lhe eram familiares a partir do consumo da pornografia, pelo
som violento do impacto entre os corpos a cada penetração, pela
dominação em cena. Será preciso concordar com o pensamento segundo o
qual
vivemos em um regime de desejo que tanatiza o desejo – enfatiza uma conexão entre desejo e morte – e que erotiza o poder – gruda em qualquer libido um desejo de dominar ou submeter (de possuir, de ocupar, de ter o controle ou de entregar, de colaborar, de perder o controle). – Hilan Bensusan, Observações sobre a libido colonizada: tentando pensar ao largo do patriarcado.
Faz parte da tanatização do desejo o medo
de morrer, de enlouquecer e de fracassar que impede às personagens e a
todo mundo de criar outros platôs, outras paisagens, da qual fazem parte
novas sensibilidades, novas eróticas, que só se dariam por movimentos
desejantes. Se por um lado, é sempre necessária uma prudência para
preservar-se, o medo é aquela paixão triste e tirânica que nos imobiliza.
Escapar das capturas e normalizações para
reconectar o corpo com aquilo que ele pode. E não há nisso nenhuma
apologia ao rompante, ao enlouquecimento que vira entidade clínica, ao
fracasso ou à morte. Se há apologia é à prudência, doses de prudência.
O pior não é permanecer estratificado — organizado, significado, sujeitado — mas precipitar os estratos numa queda suicida ou demente, que os faz recair sobre nós, mais pesados do que nunca. …
Pedro, Pedrita, Peter ou Pierre, eles não
entraram em devir, não fugiram. Ao contrário, permaneceram no mesmo
lugar, sedentários. Um território que a pornografia ajuda a reproduzir
através do poder e da captura do desejo, que não seriam efetivos se não
produzissem, ao mesmo tempo, um Eu. Em outras palavras, tanto as linhas
de captura quanto as de poder terminam por produzir subjetividades; é
pela captura e pelo poder que a pornografia enseja subjetivação.
Perseguir as linhas de fuga implica,
então, um processo de produção de si mesmo. Uma vida nas dobras a partir
de uma relação com as intensidades que, como tal, não são
hierarquizáveis, totalizáveis ou relativizáveis. Intensidades dizem
respeito ao “poder ser”, ao que pode o corpo, ao que ainda não é e está
por vir. O mais importante é o que elas podem fazer pela subjetividade
sexual, pela singularidade.
…Eis então o que seria necessário fazer: instalar-se sobre um estrato, experimentar as oportunidades que ele nos oferece, buscar aí um lugar favorável, eventuais movimentos de desterritorialização, linhas de fuga possíveis, vivenciá-las, assegurar aqui e ali conjunções de fluxos, experimentar segmento por segmento dos contínuos de intensidades, ter sempre um pequeno pedaço de uma nova terra. – D&G, Mil Platôs v.3
Esse fazer-se nos parece a proposta
insurgente da pós-pornografia. E se insurgimos é porque já é tempo de
não mais falarem em nosso nome, aqueles que nos engasgam e nos embargam;
insurgimos porque o horizonte está pleno de possibilidades e não há
nada mais impossível do que permanecer onde estamos. Temas pra outras
cenas.
Texto da Série: Pedro e a Pornografia
Notas
- Uma transcrição de uma fala feita em 2007, que leva esse mesmo nome: Poderíamos partir de Espinosa…
- É como explica Deleuze, em uma aula em Vincennes, 1978.
- 1730 – Devir-Intenso, Devir-Animal, Devir-Imperceptível…, Deleuze e Guattari, Mil Platôs v. 4.
- Aqui há uma referência ao conceito de “virtual”, com frequência confundido com “potencial”. Enquanto este se refere a um ainda-não-ser ou a algo que poderia ser e ainda não é em ato, aquilo que é virtual é real, por mais que não atualizado em estado de coisas.
- No abecedário.
- Como pergunta Foulcault, em Não ao Sexo Rei: “Quais são os mecanismos positivos que, produzindo a sexualidade desta ou daquela forma, ocasionam efeitos de miséria?”
- Em Cartografia Sentimental: transformações contemporâneas do desejo.
- Esse é um dos “aforismas” que ele coloca no seu artigo Identidade e Diferença: impertinências.
- 1933 – Micropolítica e segmentaridade, Deleuze e Guattari, Mil Platôs v.3
- Com frequência Deleuze e Guattari referem-se ao fascismo como fruto não de coerção, enganação ou engodo dos nazistas, mas como fruto do desejo da população. “É que, diferentemente do Estado totalitário, que se esforça por colmatar todas as linhas de fuga possíveis, o fascismo se constrói sobre uma linha de fuga intensa, que ele transforma em linha de destruição e abolição puras”
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