abril 12, 2016

Captura, Subjetivação. Por Argus Setembrino (RAZÃO INADEQUADA)

PICICA: "“É intolerável que um corpo, individual ou coletivo, seja separado de sua potência. E como recusar o intolerável, e como reconectar um corpo com sua potência? Questões cartográficas e estratégicas da maior importância, e da maior complexidade – Peter Pál Pelbart" 
 
“É intolerável que um corpo, individual ou coletivo, seja separado de sua potência. E como recusar o intolerável, e como reconectar um corpo com sua potência? Questões cartográficas e estratégicas da maior importância, e da maior complexidade – Peter Pál Pelbart

Cena

Pedrita, Pedro, Peter e Pierre caminham até a sala da agremiação estudantil, onde estariam distantes de olhares alheios. Uma mulher e três homens, três homens para uma mulher. Era quase-noite de feriado e poucas pessoas estavam naquele bloco da universidade.


No caminho do bar até a sala, vinham conversando sobre coisas da graduação que compartilhavam, mas também sobre amor livre, poliamor, “libertação das amarras sociais” e como aquilo que eles estavam prestes a fazer tinha a ver com tudo isso. Era Pedrita que volta e meia, em um tom situado entre o desafio e a cobrança, perguntava se ainda queriam fazer aquilo pelo que saíram do bar. Peter era o mais veemente e o primeiro a dizer que sim, que queria fazer, sorrindo levemente excitado. Pierre transparecia ser o mais ansioso e ao mesmo tempo era o que mais animadamente falava de amor livre.


Chega a “hora da verdade”, como enuncia Pedro. Os quatro entram na sala uma tensão se instala. “E agora?”. Peter e Pierre arrastam os sofás e deixam um paralelo ao outro, enquanto Pedro apaga a luz. Sentam-se e Pedro propõe que fiquem só com as “roupas de baixo”. Pedrita chega a tirar o sutiã e não demorou pra que Pierre abaixasse sua cueca subitamente, como quem entra de uma vez na água gelada, seguido dos outros dois.


Ficaram os quatro sentados, Peter e Pedrita, Pedro e Pierre, duas em cada banco. Um breve silêncio antecedeu o convite de Pedrita: “vocês vão ficar aí olhando?”. Com isso, Peter voa na direção de Pedrita e começa beijar lascivamente seu seio, acariciando e beijando Pedrita na boca. Ela fecha os olhos, possivelmente para sentir melhor, corresponde ao beijo na boca.


Pierre acopla-se no outro seio e Pedrita chama a Pedro que até então só observava. Pedro estava mais interessado nos rapazes e eles, ao que tudo indicava, em Pedrita. Ele deixara claro que nunca havia transado com mulheres e viu ali uma chance de ter essa experiência nova.


Pedro tira a calcinha de Pedrita delicadamente, pela sensualidade que talvez surtisse, mas também porque não tinha pressa. Beija devagar a barriga de Pedrita, vai beijando até chegar a sua vulva, precisamente como vira ser feito em alguns filmes. Sentiu o cheiro da vulva, um cheiro inédito, diferente do cheiro de uma rola, inclusive porque ao sentir o cheiro de uma rola em mesmo grau de “curtição” que estava a vulva de Pedrita, Pedro já ficaria excitado.


Diferente disso, Pedro percebe o cheiro como levemente nauseante, mas não hesita em começar a beijar a buceta de Pedrita. Beijar, sim, e não chupar, porque se lembra, momentos antes, do comentário da sua melhor amiga, que disse que a maioria dos caras que fizeram sexo oral nela – e com as mulheres com quem conversara – eram agressivos demais, pareciam querer “arrancar um pedaço”, chegando a machucar.


 Com a sala parcamente iluminada pelas luzes que vinham de fora do bloco, Pedro se guia mais pelo seu olfato, tato e paladar. A comunicação entre os quatro é na maior parte por signos territoriais; a mesma comunicação que Pedro aprendera com seus cachorros. Ele umedece toda a vagina com sua boca, mas logo põe-se ao norte e começa a lhe lamber o clitóris. Alterna entre lambidas, beijos e fricção com a ponta da língua.


Pedrita se contorce deixando Pedro confuso sobre o que ela tem. Ela geme e Pedro entende que é prazer e se regozija. Troca de posição com Peter e experimenta os mamilos de Pedrita. “Nossa, o Pedro é tão delicado!”, “Isso é bom?”, “Sim, muito!”. Pedro sente como se fosse capaz de parte daquilo que ouvia meninas elogiarem sobre fazer sexo com outras meninas; fica lisonjeado.


Pedrita e Peter se apartam dos outros dois. Ela fica de pé, apoia-se em uma poltrona, de costas para Peter, empina-se, para que ele a penetrasse e foi o que ele fez, enquanto Pedro e Pierre observavam. Ele enfiava numa velocidade tão rápida que não demorou para ficar ofegante, dava pausas em que beijava e acariciava os seios de Pedrita. Para Pedro, o som do impacto dos corpos era mais descritivo e mais excitante que a cena observada e ficaram os dois, Pedro e Pierre, tocando-se, cada um ao próprio corpo, enquanto observavam.


Não demorou para que Pedrita puxasse Pierre que também transou num frenesi que Pedro só vira em vídeos pornô. E era isso que parecia a Pedro, naqueles momentos em que observava a Pierre e Peter e volta e meia imaginava-se no lugar de Pedrita: um vídeo pornô. Eles se esforçavam mais do que podiam, perante os outros dois caras, para ter um desempenho exuberante, “sex machine”.


Chegada a vez de Pedro, ele brocha sem constrangimento. Ele se sai de maneira jocosa: diz “É, sou viado mesmo…” e todos riem. Pedrita logo se junta a Peter, e Pedro vai em direção a Pierre, sentado ao seu lado de pau nem duro nem mole, “meia bomba”. Pedro se ajoelha e passa a fazer-lhe uma oração. “Caralho, Pedro!”, interjeita Pierre, como quem diz “olha o que você está fazendo eu fazer!”.


Pedrita se surpreende com a cena de um cara chupando outro, mas sem repreender. Ela parecia a que estava mais à vontade dos quatro e desse ponto em diante passam a se alternar nas combinações: Peter-Pedrita, Pedrita-Pierre, Pierre-Pedro. Pedro faz algumas investidas para continuar com Pierre na próxima etapa do script pornográfico standard oração-penetração-ejaculação, mas Pierre o beija na boca e diz preferir ficar deitado agarrado, para a surpresa e agrado de Pedro.


Depois de um tempo, a suruba parece ter chegado ao seu ápice, que, diferentemente do pornô, não coincidiu com a ejaculação. Ninguém gozou. Mas o ápice foi quando todos deram um tempo, pelados nos sofás e Pierre comenta que queria estar com sua câmera para fotografar aquele momento. Depois disso Pedro resolve ir ao banheiro e, quando volta, estão todos vestidos, a sala reorganizada e a luz acesa.


Moisés Mahiques

Linhas

Uma primeira linha que gostaríamos de traçar é a linha dos afetos. Trata-se destarte de uma opção por uma tradição distinta da concepção de sujeito de que falamos, um sujeito fechado, um Eu que é a redundância do juízo de Deus em nós. Dito isto e seguindo uma sugestão de Pelbart [1], poderíamos partir de Spinoza, para quem um indivíduo se define não pelo que é, mas pelo que pode fazer e suportar, pelos afetos de que é capaz.


É possível nomear alguns afetos que passam por Pedro na cena, a saber: ansiedade, a caminho da sala; vergonha, ao apagar a luz; curiosidade, quando do convite de Pedrita; náusea, quando do cheiro; regozijo, ao conseguir dar prazer a Pedrita; lisonjeio, ao se comparar com a maioria dos caras; excitação, ao assistir e ouvir Peter e Pedrita transarem; graça, quando ri; frustração, quando não segue o roteiro pornô com Pierre; surpresa e agrado, quando Pierre o beija na boca.


Esses afetos envolvem o aumento de sua potência, como a excitação, o lisonjeio ou a graça; outros, diminuição, como a vergonha do próprio corpo ou a frustração. Em outros termos, eles envolvem respectivamente alegria e tristeza. Entretanto, mais do que aumento ou diminuição da potência, “o affectus em Spinoza é a variação” [2]. Isso quer dizer que afeto diz respeito menos a um estado de potência do que a um movimento de variação que se passa entre os estados.


Conceitualmente, isso é importante porque esses afetos que nomeamos são, eles próprios, movimentos vitais de diferenciação, isto é, “os afectos são devires” [3]. Movimentos que se dão a partir da ação de um corpo sobre outro e a ideia que isso inscreve e, mais ainda, da ação do território e todos os corpos que ele exprime.


É nesse sentido que poderíamos traçar uma latitude como um traçado dos “seus” devires. A linha dos afetos que atravessa a cena é menos uma sequência dos afetos que enumeramos – ansiedade-vergonha-curiosidade… e assim por diante –, e mais da potência de Pedro a cada variação, a cada devir, isto é, o que Pedro é capaz de fazer a partir de cada devir.


É dizer que a linha dos afetos a que nos referimos não é uma linha cronológica e estrutural, mas uma linha das virtualidades que se poderia atualizar [4]. Desta forma poderíamos responder às questões de como atualizar essas virtualidades e o que impede as atualizações; “como reconectar um corpo com sua potência” e o que o separa.


Entretanto, nos interessa mais como a micropolítica da pornografia interfere na política do desejo na cena; como a pornografia do stablishment – para usar uma expressão de Donini – interfere na latitude dos corpos em questão. É novamente Spinoza quem nos dá uma pista.


Em sua “teoria dos afetos”, ele fala da necessidade que o tirano tem de inspirar paixões tristes nas pessoas, tais como esperança ou medo, para que possa manter-se como tal. Então podemos entender a pornografia como uma forma de mediar a prática de inspirar tristeza e exercer poder – este entendido justamente como o ato de separar as pessoas daquilo que elas podem [5]. Exemplo disso seria a vergonha do seu próprio corpo, de que Pedro se previne quando resolve apagar a luz.


Esse exercício está talvez relacionado ao caráter normativo da pornografia. Em um texto sobre a miséria da pornografia, Rafael Trindade resume bem o que seria essa limitação da sexualidade que ela efetua, numa perspectiva afeita às cartografias de Foucault acerca do poder disciplinar:

O poder age individualmente. Mas se achamos que estamos escondidos no escuro do nosso quarto quando abrimos um site pornô, estamos plenamente enganados. A luz dos holofotes está em cima dos corpos que de forma performática realizam o ato sexual. A pornografia não diz como é, mas como deve ser, completo esquadrinhamento da sexualidade em tags, categorias, vídeos mais vistos e cortes de cena. Através dos vídeos, temos nossa cota semanal (ou diária) de “formação sexual”. Da mesma forma que aprendemos como nascem os bebês em uma conversa constrangedora com nossos pais, aprendemos como usar camisinha em uma aula de “educação sexual” na escola, aprendemos o que é uma mulher bonita na playboy e descobrimos como devemos dar e receber prazer através dos sites de pornografia. – Rafael Trindade, A miséria da pornografia

Na cena, vimos Pierre e Peter desempenhar uma penetração viril e “selvagem”, mais do que podiam, numa tentativa frustrante de imitar o pornô, uma tentativa que tem o pornô como referência de “dever ser”. E também Pedro, quando adere ao roteiro oração-penetração-ejaculação com Pierre, ou quando inicia o contato com Pedrita. Ele só tem afetos alegradores quando passa a se portar segundo o desejo concreto de Pierre (ficar deitado agarrado) e segundo a experiência concreta compartilhada pela sua amiga (no sexo oral com Pedrita).


Se a pornografia é povoada de afetos entristecedores, por que então o seu consumo? Não temos aqui a prepotência de supor que as pessoas consomem porque não sabem ou não sentem seu efeito normalizador, mas, diferente disso, supomos que há um desejo pela segurança e conforto que a pornografia oferece. O pornô é um colo, como o é todo dispositivo disciplinar, basta que as multiplicidades obedeçam as suas prescrições.


Mas não é somente pelo sentimento de segurança que somos seduzidos. Neste ponto podemos falar de duas grandes linhas – presentes na cena – pelas quais a micropolítica da pornografia acontece. Uma delas é a normalização, pelo poder, que impede a atualização das virtualidades infinitas dos corpos nem tanto pelo proibido, mas pelo permitido, prescrevendo assim comportamentos [6]. “Cada escolha é uma renúncia” ou infinitas renúncias.


A outra linha, que mais nos interessa aqui, é a captura das linhas de fuga. A natureza da micropolítica pode ser qualificada como uma política das linhas das fuga e, como já se poderia supor, a fuga não tem a ver com “correr das responsabilidades” ou fugir da realidade. Como explica Suely Rolnik, “ao contrário, é o mundo que foge de si mesmo por essa linha, ele se desmancha e vai traçando um devir” [7].


Em outros termos, há uma relação estreita entre linhas de fuga e devires. No nosso entendimento, linhas de fuga se dão a partir de devires, são devires mais intensos. Linhas de fuga, que são da ordem do desejo, acontecem não em oposição à ordem estabelecida, mas à diferença dela. No dizer de Tomaz Tadeu, “A diferença [devir] é mais da ordem da anomalia que da anormalidade: mais do que um desvio da norma, a diferença é um movimento sem lei” [8] .


Linhas de fuga são movimentos de desterritorialização; a mínima passagem de um estado a outro tem a ver com o devir. A questão principal é, como dissemos, o destino dessas linhas. Porque elas podem ser seguidas, e daí acontece o ato de criação; ou podem ser capturadas e transformadas, daí o ato de reprodução, recognição, o delírio persecutório, a mania…


É na micropolítica que se define um destino ou outro. Da perspectiva da micropolítica, nossa sociedade é definida por nossas linhas de fuga, e não por suas contradições. Essas linhas, por sua vez, “não seriam nada se não repassassem pelas organizações molares e não remanejassem seus segmentos, suas distribuições binárias de sexos, de classes, de partidos” [9].


Então, as linhas de fuga são ora abafadas e condenadas à reprodução, ora forçam reorganização do mundo, ora abolem o instituído, criando novas terras, a partir de novos elementos. No que tange à pornografia, ela se sustenta sobre linhas de fuga, tal qual o fascismo [10], as igrejas evangélicas, a televisão, o romance e tantas outras instituições/organizações na sociedade.


Quando Pedro e Pierre assistem, ao vivo, ao pornô performado por Pedrita e Peter, eles se excitam. Esse afeto, que é devir, poderia compor uma linha de fuga, dando origem a uma transa mais afeita aos corpos do que aquela. Mas o devir em questão – excitação – foi de pronto rebatido na cena costumeira, capturado pelas imagens que lhe eram familiares a partir do consumo da pornografia, pelo som violento do impacto entre os corpos a cada penetração, pela dominação em cena. Será preciso concordar com o pensamento segundo o qual

vivemos em um regime de desejo que tanatiza o desejo – enfatiza uma conexão entre desejo e morte – e que erotiza o poder – gruda em qualquer libido um desejo de dominar ou submeter (de possuir, de ocupar, de ter o controle ou de entregar, de colaborar, de perder o controle). – Hilan Bensusan, Observações sobre a libido colonizada: tentando pensar ao largo do patriarcado.

Faz parte da tanatização do desejo o medo de morrer, de enlouquecer e de fracassar que impede às personagens e a todo mundo de criar outros platôs, outras paisagens, da qual fazem parte novas sensibilidades, novas eróticas, que só se dariam por movimentos desejantes. Se por um lado, é sempre necessária uma prudência para preservar-se, o medo é aquela paixão triste e tirânica que nos imobiliza.


Escapar das capturas e normalizações para reconectar o corpo com aquilo que ele pode. E não há nisso nenhuma apologia ao rompante, ao enlouquecimento que vira entidade clínica, ao fracasso ou à morte. Se há apologia é à prudência, doses de prudência.

O pior não é permanecer estratificado — organizado, significado, sujeitado — mas precipitar os estratos numa queda suicida ou demente, que os faz recair sobre nós, mais pesados do que nunca. …

Pedro, Pedrita, Peter ou Pierre, eles não entraram em devir, não fugiram. Ao contrário, permaneceram no mesmo lugar, sedentários. Um território que a pornografia ajuda a reproduzir através do poder e da captura do desejo, que não seriam efetivos se não produzissem, ao mesmo tempo, um Eu. Em outras palavras, tanto as linhas de captura quanto as de poder terminam por produzir subjetividades; é pela captura e pelo poder que a pornografia enseja subjetivação.


Perseguir as linhas de fuga implica, então, um processo de produção de si mesmo. Uma vida nas dobras a partir de uma relação com as intensidades que, como tal, não são hierarquizáveis, totalizáveis ou relativizáveis. Intensidades dizem respeito ao “poder ser”, ao que pode o corpo, ao que ainda não é e está por vir. O mais importante é o que elas podem fazer pela subjetividade sexual, pela singularidade.

…Eis então o que seria necessário fazer: instalar-se sobre um estrato, experimentar as oportunidades que ele nos oferece, buscar aí um lugar favorável, eventuais movimentos de desterritorialização, linhas de fuga possíveis, vivenciá-las, assegurar aqui e ali conjunções de fluxos, experimentar segmento por segmento dos contínuos de intensidades, ter sempre um pequeno pedaço de uma nova terra. – D&G, Mil Platôs v.3

Esse fazer-se nos parece a proposta insurgente da pós-pornografia. E se insurgimos é porque já é tempo de não mais falarem em nosso nome, aqueles que nos engasgam e nos embargam; insurgimos porque o horizonte está pleno de possibilidades e não há nada mais impossível do que permanecer onde estamos. Temas pra outras cenas.

Texto da Série: Pedro e a Pornografia


Moisés Mahiques

Notas 


  1. Uma transcrição de uma fala feita em 2007, que leva esse mesmo nome: Poderíamos partir de Espinosa…
  2. É como explica Deleuze, em uma aula em Vincennes, 1978.
  3. 1730 – Devir-Intenso, Devir-Animal, Devir-Imperceptível…, Deleuze e Guattari, Mil Platôs v. 4.
  4. Aqui há uma referência ao conceito de “virtual”, com frequência confundido com “potencial”. Enquanto este se refere a um ainda-não-ser ou a algo que poderia ser e ainda não é em ato, aquilo que é virtual é real, por mais que não atualizado em estado de coisas.
  5. No abecedário.
  6. Como pergunta Foulcault, em Não ao Sexo Rei: “Quais são os mecanismos positivos que, produzindo a sexualidade desta ou daquela forma, ocasionam efeitos de miséria?”
  7. Em Cartografia Sentimental: transformações contemporâneas do desejo.
  8. Esse é um dos “aforismas” que ele coloca no seu artigo Identidade e Diferença: impertinências.
  9. 1933 – Micropolítica e segmentaridade, Deleuze e Guattari, Mil Platôs v.3
  10. Com frequência Deleuze e Guattari referem-se ao fascismo como fruto não de coerção, enganação ou engodo dos nazistas, mas como fruto do desejo da população. “É que, diferentemente do Estado totalitário, que se esforça por colmatar todas as linhas de fuga possíveis, o fascismo se constrói sobre uma linha de fuga intensa, que ele transforma em linha de destruição e abolição puras”

Argus Setembrino

"Uma parte de mim é multidão", a outra é psicólogo, sanitarista, pesquisador...
 
Fonte: RAZÃO INADEQUADA

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