abril 13, 2016

Estômago, o filme: uma fábula para adultos. Por Jéssica Parizotto (OBVIOUS)

PICICA: "Sexo, comida e poder são os ingredientes principais do filme "Estômago". Uma fábula bastante adulta que nos mostra que estes três itens algumas vezes estão muito mais ligados do que supunha a nossa vã filosofia."

Estômago, o filme: uma fábula para adultos


Sexo, comida e poder são os ingredientes principais do filme "Estômago". Uma fábula bastante adulta que nos mostra que estes três itens algumas vezes estão muito mais ligados do que supunha a nossa vã filosofia.

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Uma cela de penitenciária e a cozinha de uma restaurante não são ambientes parecidos. Depende do ponto de vista. Para o diretor de cinema Marcos Jorge, elas possuem alguma semelhança. É o que vem mostrar seu filme Estômago.

Estômago narra a vida de Raimundo Nonato, um migrante nordestino que vem experimentar a vida no sul do país e descobre que tem um dom: o de cozinhar. A partir disso, a vida de Nonato não será mais a mesma, pois além dos dotes culinários ele descobre que comida e poder andam de mãos dadas.

No inicio do filme somos apresentados a um Nonato deslocado e ingênuo, mas a aparência se desfaz já na segunda cena. Descobrimos que o nordestino ingênuo que pensamos conhecer na cena anterior tornou-se um criminoso. 

O filme é dividido em duas tramas que correm paralelas: a vida de Nonato logo que chega à cidade grande, sua descoberta dos dotes especiais para a culinária e sua ascensão em um restaurante italiano. Ao mesmo tempo, ficamos sabendo que ele cometeu um crime, foi preso e precisa usar seu dom para se manter “vivo” dentro de uma cela de penitenciária.

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A peça chave do jogo em que Nonato se meteu nos é apresentada quando ele ainda era apenas o cozinheiro de um boteco: Íria é uma prostituta viciada em comida. A partir do seu relacionamento com ela, Raimundo percebe que pode exercer o poder através da comida. 

Segundo o diretor, o filme é uma fábula nada infantil sobre poder, sexo e culinária. Além disso, pode ser encarado como uma metáfora à própria digestão: começa pela boca e termina pela bunda. Aos expectadores menos atentos dou uma dica: preste atenção à primeira cena e à última: a metáfora está contida em maior grau nelas. 

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Estômago é também um filme para quem tem estômago. Não é um daqueles filmes para assistir em família, algumas cenas são pesadas. A lista de ingredientes do filme conta com muitas cenas de sexo, muitos palavrões e uma dose extra de sujeira. 

E para quem quiser incarnar o cozinheiro um dia, os produtores do filme convidaram alguns blogueiros de assuntos culinários para desenvolver um livro com receitas inspiradas na obra. Ele está disponível para download no site do filme.

Além das receitas inspiradas, o livro conta com as receitas executadas por Nonato na película: desde a deliciosa coxinha de frango até a iguaria rejeitada pelos presos, a farofa de formiga.

Haja apetite!

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Jéssica Parizotto

jéssica parizotto é uma proparoxítona, interessa-se por haicais, músicas pouco conhecidas e jogo de palavras. Queria voar de balão, mas tem medo de altura. 

Fonte: OBVIOUS

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