maio 12, 2012

Um preso cubano faz greve, a mídia cacareja; 3.500 presos palestinos em greve de fome, a mídia silencia

PICICA: "A atual greve de fome começou em 17 de abril e os grevistas prometem levá-la até que as suas reivindicações sejam atendidas. Um número estimado em 1,2 mil detentos uniu-se a outros 2,3 mil que já recusavam alimentação e que há quase um mês deram início a uma campanha de desobediência: não usam uniforme e não respondem às chamadas quando os soldados realizam a contagem dos prisioneiros nas celas. Ao todo 3,5 mil detentos participam da greve."

A greve de fome dos palestinos 

Em 17 de abril, 3.500 presos palestinos deram início a um novo protesto nos presídios de Israel. A mídia colonizada, que parece uma sucursal da Mossad, quase não tocou no assunto

03/05/2012
Altamiro Borges

Quando algum preso cubano faz greve de fome, a notícia é manchete nos jornalões e destaque nos telejornais. Willian Waack, da TV Globo, faz sua cara de repulsa. Em 17 de abril, 3.500 presos palestinos se recusaram a receber um prato de comida e deram início a um novo protesto nos presídios de Israel. A mídia colonizada, que parece uma sucursal da Mossad, quase não tocou no assunto.

Segundo as agências de notícias, a greve de fome de mais de dois terços dos cerca de 4.600 detidos em Israel foi seguida por atos de solidariedade dos seus familiares e amigos nas ruas de Gaza e da Cisjordânia. Os protestos marcam o “Dia do Preso Palestino”, celebrado todos os anos em 17 de abril. Desta vez, porém, 1.200 presos se declararam em greve de fome permanente.

A atual greve de fome começou em 17 de abril e os grevistas prometem levá-la até que as suas reivindicações sejam atendidas. Um número estimado em 1,2 mil detentos uniu-se a outros 2,3 mil que já recusavam alimentação e que há quase um mês deram início a uma campanha de desobediência: não usam uniforme e não respondem às chamadas quando os soldados realizam a contagem dos prisioneiros nas celas. Ao todo 3,5 mil detentos participam da greve.

E menos de uma semana depois do início da greve, o serviço prisional de Israel já começou a puni-los. Foram cortados “privilégios” como visitas de familiares. Além disso, foi proibido a entrada de objetos pessoais, como os eletrônicos. Essa informação foi dada dia 23 de abril por Sivan Weizman, uma porta-voz do serviço prisional de Israel.

Diante das manifestações, o primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Salam Fayyad, recusou-se a receber, de última hora, o dirigente israelense Benjamin Netanyahu para mais uma rodada de “negociações”. Nem teria cabimento receber o carniceiro e chefão dos presídios de Israel em pleno Dia do Preso Palestino.

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